Essa linda passagem do livro “O olho de vidro do meu avô”, de autoria desse incrível escritor mineiro, traz diversas reflexões interessantes. Acredito que para as pessoas mais idosas talvez traga até certo saudosismo do tempo em que não existia televisão…
Antigamente, as novelas eram transmitidas por rádio e suas histórias se desenrolavam tais quais as novelas atuais, com essa preciosa diferença na qual todas as cenas eram imaginadas pelos ouvintes. Por exemplo, a personagem Teresa, que se casaria com o Marcos, era imaginada de um jeito diferente por cada pessoa, e isso fazia com que existisse uma forma muito peculiar e criativa de se acompanhar uma novela.
Não estou de forma alguma querendo dizer que era melhor ou pior do que hoje, era diferente! Essa é a palavra. E o Bartolomeu está tratando dessa diferença.
Ao ler até me reportei ao meu dia a dia. Ainda não comentei isso em textos, mas eu não sou tão chegado a assistir filmes, ou ir ao cinema, e as séries do Netflix acompanho uma ou outra. O que cada dia tem me encantado mais são os podcasts, tanto é que eu mesmo tenho gravado podcasts em paralelo aos textos.
Quando estou ouvindo um podcast, minha mente consegue “ver” o que está sendo tratado de uma forma bem mais criativa do que se estivesse vendo as mesmas coisas em vídeo. Sem contar com a vantagem de poder ouvir enquanto estou fazendo atividades mais mecânicas, que não me exigem raciocínio focado.
É bacana refletir sobre essas diferenças, mas claro que isso são preferências. Inclusive gosto de lembrar a abordagem da PNL (Programação Neurolinguística) sobre as 3 formas de se comunicar: visual, auditiva e cinestésica. Todos nos comunicamos das três formas, porém, uma delas costuma prevalecer em relação às outras. Eu sou bem mais auditivo do que visual e cinestésico, e isso se reflete até na forma de falar.
Quando eu atendo com Psicanálise, a coisa mais comum é eu dizer: “Por favor. Preste atenção ao que vou dizer agora…”. Ou em conversar com amigos me utilizo bastante do verbo explicar: “Me explica isso…”, “Deixa eu explicar isso aqui…”. Ter esse conhecimento ajuda tanto a ter uma comunicação eficiente, você nem faz ideia!
Por exemplo, com uma pessoa que é cinestésica, é super eficiente se dirigir a ela dizendo “Eu sinto que tal coisa aconteceu comigo…”, “Eu sinto que aquilo precisa mudar…”. Pode ter certeza que ela vai ouvir você com toda atenção e mesmo que diga algo pesado ou difícil, ela terá maior acolhimento em tudo o que for dito.
Enfim! Tem muitos textos e vídeos bem interessantes sobre essa temática. Quis apenas dar uma breve pincelada nele ok?
O que mais gostei dessa passagem do livro do Bartolomeu é a frase que diz: “Os olhos só acariciam as superfícies”. Uau! Isso é muito verdadeiro. Podemos levar até para o nível dos relacionamentos amorosos essa reflexão. Você pode namorar a mulher mais linda ou o homem mais lindo. A beleza estética fica apenas na superfície, sem contar que ela é extremamente passageira. Todos nós envelhecemos e se não cuidarmos bem da nossa casa interior tão bem quanto buscamos cuidar da casca, que é o corpo físico, corremos um sério risco de transformar a vida em algo banal, superficial.
Costumo dizer que um dos bons testes para saber se existe boa intimidade entre um casal é como eles lidam com o silêncio. Quando não precisam falar uma palavra sequer e são compreendidos e bem acolhidos um pelo outro. Isso é absolutamente mais íntimo do que uma transa!
Tem até os que chamam essa bonita conexão de telepatia. Será? Não posso afirmar nada, mas acho essa ideia é bem interessante. Veja só a semelhança com as palavras do Bartolomeu: “O pensamento vê o mundo melhor que os olhos”. Ele está falando até de Física Quântica em seu livro! hehe
Que tal exercitarmos mais ver o mundo pelo pensamento e um pouco menos pelos olhos? Garanto a você que esse exercício dará a você um olhar mais criativo para os diversos setores da vida…
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