Quanto da vida acontece ou deixa de acontecer por algo que registramos nas redes sociais? Quanto da vida e da morte pode ser determinado pela nossa atuação no Facebook ou no Instagram? Eu desconfio que muito mais do que possamos imaginar.
As mentirinhas sedutoras que contamos, as fotos que postamos, as atitudes que endossamos, ou ainda os links que compartilhamos, podem ser determinantes na hora de conseguir um trabalho e vencer a concorrência.
Já não é mais novidade que os setores de recursos humanos das grandes, médias, e pequenas empresas, recorrem à rede para saber como é o perfil social do candidato e a maneira como ele se apresenta ajuda a decidir quem vai levar a vaga de trabalho.
Recentemente, a Receita Federal admitiu manter um número considerável de perfis anônimos no Facebook apenas para bisbilhotar contribuintes selecionados aleatoriamente para saber se as fotos que foram postadas, exibindo viagens, casas, carros e bens de consumo, condizem com a declaração de renda que foi apresentada. Se não condiz a devassa está decretada e o contribuinte vai para a malha fina.
Mas essas são apenas duas estruturas generalizadas que se valem do nosso exibicionismo inconsequente e não são as piores delas. Há outras que podem nos custar MAIS que dinheiro, MAIS que trabalho, MAIS que uma fatura de imposto de renda.
Ninguém pensa nisso na hora que está mostrando a vida para uma rede de amigos. Só que deveria. Porque entre amigos podem estar inimigos mais sérios, e alguns até mortais.
Via de regra, há uma tendência à banalização, quando se trata do uso da rede. Banalizamos desde as coisas banais até as que nos são mais preciosas. Os valores mais íntimos são banalizados porque a rede social nos parece algo inofensivo do ponto de vista da segurança pessoal. Estamos ali para nos relacionar e nos divertir, imaginamos que todos estejam lá pelo mesmo motivo.
Banalizamos quando escrevemos o que pensamos. Dizemos coisas que não diríamos ao nosso vizinho, ao nosso pastor, ao nosso chefe e nos esquecemos de que pastor, vizinho, e chefe, também bisbilhotam na rede social.
Fazemos piadinhas pela rede que não faríamos diante de uma grande platéia, e nos esquecemos de que esta platéia alcança cifras inimagináveis de pessoas de todos os tipos, com as quais nunca tivemos nenhum contato. Um amigo pode compartilhar o que você escreve, com outros que você nem conhece. Sem falar nos “prints”, sempre tão disponíveis.
Banalizamos quando expomos os nossos sentimentos. Mostramos a nossa dor de maneira mais corajosa do que nos consultórios de atendimento psicológico e nos esquecemos de que não apenas os psicólogos lerão e interpretarão o nosso desabafo, a nossa dor, a nossa perda, mas pessoas insensíveis poderão também interpreta-las segundo a sua insensibilidade, percebendo a nossa vulnerabilidade.
Banalizamos a nossa opinião, a nossa vida, a nossa constelação familiar, as nossas fraturas invisíveis. A alegria então, nem se fala. Tudo o que promove o prazer, de uma refeição saborosa a uma viagem internacional, vai parar no “feed de notícias”, e nos esquecemos de que enquanto a maioria dos olhares são bons, há outros que são maus.
Banalizamos quando mostramos o que vai no nosso interior. Banalizamos a capacidade de “leitura” de qualquer pessoa que tenha um olhar mais atento. É possível discernir o momento que o outro está vivendo, apenas observando as suas postagens.
Recentemente, um homicídio foi seguido por um suicídio. Os veículos de comunicação anunciaram, deram nome, sobrenome, e ilustraram com fotos do Facebook. Os perfis eram abertos. No perfil da mulher há uma grande abertura para desvendar a passionalidade do crime. Num dia bem recente à tragédia ela postou uma matéria sobre a insensibilidade de alguns homens que pensam que dinheiro compra tudo. Poucos dias depois postou outra matéria sobre os motivos que levam uma mulher a se apaixonar por um grande homem.
Pode ter sido apenas um ato falho, uma coincidência lamentável, ou até mesmo nada ter a ver com o desenlace do relacionamento conjugal. Mas pode ter sido a expressão mais pura do seu pensamento, do momento em que vivia.
Muitas vezes não temos coragem de dizer pessoalmente o que pensamos para as pessoas às quais deveríamos, e o fazemos através da rede, de maneira pública. Dói menos? Muito pelo contrário: dói muito mais.
Um elemento como esse nunca é a causa determinante de uma separação ou de uma tragédia, mas pode ser a gota de ira e coragem perversa que faz transbordar o copo.
Se qualquer pessoa consegue efetuar leituras nas linhas escritas no Facebook, certamente, qualquer marido, por mais insensível que seja, conseguirá ler também nas entrelinhas. Qualquer namorado. Qualquer amante. Qualquer ex qualquer coisa.
Muitas vezes as redes sociais são o estopim de tragédias anunciadas, não por culpa das instituições, mas por ingenuidade de seus usuários.
A chacina que vitimou 12 pessoas da mesma família em SP, muito provavelmente teria sido evitada se o assassino não soubesse onde estavam reunidos, comemorando a festa de Natal. Uma providência simples como essa impediria que ele se encontrasse com tantas pessoas no mesmo lugar.
Diante desse quadro, rever os nossos comportamentos é uma providência sábia. Podemos não ter nada a esconder e ainda assim, podemos escolher o que devemos mostrar, o que nos é conveniente revelar.
Não vale a pena perder dinheiro, marido, namorado, emprego, nada nessa vida, principalmente a própria vida, por uma postagem descuidada e infeliz.
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