Final de ano, época de comemorações, mas também de balanço, de arrumar a casa, as gavetas, descartar papéis velhos e lembranças que não servem mais. Além do barulho dos fogos, dos brindes e trocas de felicitações, há as perguntas à espera de resposta: o que se conquistou e ganhou, o que tem que ser superado, esquecido, quem se perdeu e quem se encontrou? Mudanças são inevitáveis, mas nem sempre bem-vindas. Às vezes, é preciso tempo para se adaptar, e, principalmente, aceitar o novo.
Se o seu ano teve mais acontecimentos positivos que negativos, ou, como para a maioria, alternou bons e maus momentos, é tempo de seguir em frente, deixando para trás o que não frutificou e preparando-se para outros projetos. As resoluções envolvem coisas a mudar; coisas a fazer, como aquele curso há muito planejado ou a viagem sempre adiada; coisas a deixar de fazer. As listas para os próximos meses são um misto de coisas possíveis e improváveis.
Os campeões entre as intenções possíveis estão perder peso, mudar o estilo de vida (parar de fumar, de beber, iniciar ou recomeçar a prática de exercícios físicos), fazer uma poupança, arranjar ou trocar de emprego e até ler mais. Sempre presentes nas listas também estão os propósitos mágicos e amplos, como ser feliz e se apaixonar. É o momento de começar a sonhar, renovar a esperança e se dar mais uma chance, sem desculpas desta vez. Por que algumas decisões da virada do ano se perdem no decorrer dos meses, não se realizam e acabam ficando sempre para amanhã?
Para aumentar as chances de concretizar os desejos, há orientações práticas. Dividir os projetos em alcançáveis a curto, médio e longo prazo ajuda a ter objetividade. Ou seja, não adianta querer tudo rápido ao mesmo tempo. É preciso escolher metas realistas, considerando motivação, capacidade, disponibilidade financeira, prazos, organizar-se, preparar-se e informar-se. Por exemplo, para perder peso, deve-se estar motivado, para não desistir fácil, mudar a lista de compras do supermercado, abrir mão do que engorda e optar por produtos saudáveis, fazer exercícios e, se necessário, psicoterapia.
Para qualquer conquista, há um plano de ação. E as alternativas servem para tirar as pessoas da zona de conforto e mostrar que existem muitos caminhos que levam ao objetivo: se algo não está dando certo, mude a perspectiva. Às vezes, basta um pequeno ajuste, lembrar que o segredo está nos detalhes, nas pequenas coisas que passam despercebidas. Capacitar-se e ampliar a rede profissional são ações produtivas, afinal, num mundo competitivo é necessário se atualizar sempre.
Trabalhar a autoestima e o otimismo, cultivar relacionamentos saudáveis também são atitudes fundamentais. Evitar pessoas críticas que se aproveitam de suas vulnerabilidades ajuda a estar bem e equilibrado. Isto é difícil quando se tem que conviver com familiares depressivos ou colegas invejosos, há situações das quais é impossível, pelo menos temporariamente, escapar. Não se tem controle sobre comportamentos e palavras dos outros, porém se deixar afetar por eles é uma escolha.
Pode-se minimizar o efeito negativo das pessoas, a influência em seu humor do que falam ou fazem. E talvez seja hora de repensar as relações tóxicas e sem futuro. Não vale a pena investir afeto em relacionamentos que trazem dor e frustração nem perder tempo com quem não quer mudar. E isto vale tanto para namoros recentes quanto para relacionamentos mais antigos. A felicidade é um direito de todos, e sua conquista, um exercício diário.
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