“O primeiro visitante da lua”, um conto popular da Guiné Bissau

Entendemos como tradição oral o mecanismo por meio do qual a tradição de um povo é transmitida, de geração em geração, através de contos, provérbios, cânticos e lendas.

Nesse ínterim, as lendas visam, principalmente, trazer explicações para os questionamentos maiores da humanidade, como o início da vida, a morte, a criação do mundo, o surgimento do universo.

Aqui transcrevemos uma lenda contada, há muitas gerações, em Guiné Bissau que fala da música em sua origem etérea, lunar, levando-nos a meditar de quando e como surgiram os primeiros batuques na Terra.

Segue:

“Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra.

Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a ideia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua.

Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar.

A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio.

O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda.

O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país.

A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.”

Editorial CONTI outra

Nota: A lenda transcrita no texto acima foi encontrada no site Lendas africanas.

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