Outro dia eu li um artigo muito interessante falando sobre a GENEROSIDADE, do escritor Maurício Duarte e decidi fazer uma breve reflexão a partir de pequenos recortes dele.
Afinal de contas, o que é ser generoso? Achei interessante a concepção da diretora artística Renata Quintella que diz o seguinte:
“Generosidade é o maior sentimento que existe. Porque nele moram a gratidão, o amor, o respeito, a alegria e a esperança. É compartilhar o que você tem, na certeza de que nada lhe faltará. Ser generoso é ser conectado com a sua alma. Ser gentil pode ser momentâneo, pode ser um tipo de simpatia. Toda pessoa generosa é gentil, mas nem toda pessoa gentil é generosa”.
Aqui está uma ideia que vale a pena ser refletida, a questão do dar e receber.
Muitas pessoas não são generosas porque não conseguem confiar nessa lei universal: tudo aquilo que a gente dá, acaba voltando de uma forma ou de outra.
A generosidade anda de mãos dadas com a gentileza, e a palavra chave nisso tudo é a DOAÇÃO. E é nesse ponto que mais quero me ater.
Muita gente não compreende essas palavras com profundidade. A maioria pensa em GENEROSIDADE e DOAÇÃO com relação a dinheiro, a roupas, utensílios etc.
Essa é uma visão extremamente limitada. Sabe qual é a maior e mais bonita doação que pode existir? O TEMPO.
Não é à toa que todas as pessoas que conseguiram grande sucesso na vida são unânimes em dizer que O TEMPO É A NOSSA MOEDA MAIS PRECIOSA.
Inclusive tem uma frase incrível atribuída à Kaayke Fox e que lembro todos os dias. Leia com bastante atenção…
“O maior presente que você pode dar a alguém é o seu tempo. Porque dando o seu tempo, você estará dando uma parte da sua vida que nunca mais vai voltar…”
Em minha opinião, não existe generosidade maior que a doação do tempo, pois estamos doando a nossa própria vida. Percebe a preciosidade desse pensamento?
Essa generosidade nos dá um sentimento muito intenso de alegria e felicidade. O meu próprio exemplo através desse blog. Ele toma uma parte considerável do meu tempo, mas não é um peso, muito pelo contrário, é uma alegria imensa, pois sei que muita gente é tocada pelas palavras que coloco aqui quase diariamente.
Em cada novo texto que escrevo eu doo uma parte da minha própria vida que nunca mais vai voltar, agora veja só! Não volta, mas ao mesmo tempo algo de mim fica. Eu também deixo um pouquinho de mim em cada palavra. Não é incrível? Aqui está incutida a ideia de LEGADO. Estou dia após dia construindo o meu legado, e todo legado bonito só se constrói através de generosidade e doação.
Nesse artigo, as palavras da filósofa Dulce Critelli vão bem ao encontro do que penso. Veja só!
“Há nesse ato uma doação de algo pessoal, algo que se tem e o outro não. Alguém pode ser generoso com o dinheiro que possui, ou com o seu tempo, generoso com suas ideias, seu afeto, a camisa do corpo. Alguém sempre atento à necessidade do outro e que se doa para colaborar é generoso”.
Para ser verdadeiramente generoso, não basta apenas doar dinheiro, roupas, afeto ou o próprio tempo, como já falei. É preciso desenvolver a SENSIBILIDADE para perceber o que de fato as outras pessoas estão precisando, e isso só a vida através das experiências pode nos ensinar.
Entenda! A gente doa aquilo que tem, mas que o outro não tem. Se percebo que alguém está carente de atenção e afeto, doo atenção e afeto. Se percebo que alguém está com fome e precisa se alimentar, doo um prato de comida. Se percebo que alguém está doente, com febre, passando mal etc. doo a ela um remédio ou se possível, encaminho para algum médico ou consulta. Se alguém quer apenas desabafar, doo os meus ouvidos atentos.
O mundo está carente de pessoas que tenham essa sensibilidade para serem verdadeiramente generosas! É assim que eu vejo e penso a generosidade, de uma forma bem mais ampla do que dinheiro ou coisas.
Para concluir essa reflexão, compartilho outro trecho desse incrível artigo:
“A generosidade implica sempre atenção à pessoa, amor. Nem atos de natureza religiosa são, necessariamente, generosos, veja-se os atos terroristas e homicidas dos fundamentalistas em nossa atualidade. Amor ao ser humano implica tolerância, reconhecimento de que o outro, como eu mesma, tem direito às suas escolhas e às decisões sobre o seu destino. Generosidade não se ensina, é algo que provoca, convoca os outros por meio do exemplo que alguém dá com sua própria conduta, e não de palavras que profira. Como Gandhi fez, quando, em vez de apenas falar que é possível agir sem recorrer à violência, agiu sempre pacificamente. Ele tinha uma confiança generosa no ser humano”,
Dulce Critelli
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