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Então, você chegou numa altura da vida em que já conseguiu a maioria das coisas que planejava, ou está bem encaminhado para isso.
Todavia, há um vazio que insiste em te preencher. Você demorou a reconhecer ele… ora parecia ingratidão da sua parte para com tudo o que já tinha, ora parecia que estava perdendo o juízo perfeito das coisas e teve horas até que achou que era a tal da depressão.
Mas, não, investigações feitas, nada grave, ele restou: pura e simplesmente o vazio. O seu dia acaba e você sente que ficou algo por fazer e não é aquela tarefa atrasada, não. Chegou o fim de semana e você não se empolga tanto assim com os lazeres previstos. Você está sentado na mesa do seu trabalho e simplesmente sem empolgação de começar qualquer coisa a ele relacionado.
Você é abençoado com uma vida razoavelmente boa, têm plena consciência disso e valoriza tudo o que o envolve, mas sente que falta alguma coisa. Não sabe o quê. Só sabe que não dá para continuar assim. Que não é simplesmente seguir desta forma que, uma hora dessas, vai ficar tudo bem. Que não quer chegar ao final da vida com essa sensação de incompletude. Que algo precisa ser feito, afinal, nunca se sabe quando é o fim da vida.
Você sente, no seu íntimo, que não é possível que a vida seja apenas trabalhar, pagar contas, conviver com as pessoas, comer, dar uma curtida aqui, outra ali, descansar e começar tudo de novo, ainda que com algumas variações. Isso não faz sentido algum.
Estamos todos aqui, nesse mundo, na nossa vida, nesse momento, por um motivo. Um motivo muito maior, muito divino, muito lindo. Cada um tem o seu propósito, a sua missão, que podem ser as mais diversas possíveis.
Ocorre que não nascemos com manual de instruções para facilitar as coisas. Precisamos descobrir o que nos move, o que nos inspira, o que nos define. Essa caminhada, o do autoconhecimento, faz parte do plano maior.
Uns preenchem muito cedo o seu vazio, antes mesmo de se darem conta da sua existência. Outros morrem sem o ter investigado. Cada um tem o seu momento. Geralmente, quando os eventos externos se aquietam e ficamos frente a frente com nós mesmos. Como, por exemplo, quando conquistamos aquela pessoa, conseguimos aquele emprego “dos sonhos” (dos sonhos de quem mesmo?!), uma vida financeira estável, a melhora da saúde, filhos, ou seja o que for que parecia a grande questão da nossa vida. Daí paramos e pensamos: tá, e agora?! É só isso?! Não existe o felizes para sempre?!
E então ficamos inquietos. Tentamos canalizar essa ansiedade para uma coisa ou outra, mas nada funciona por muito tempo. E não podemos permanecer assim, vazios. Se ainda temos essa sensação, é porque alguma coisa está ali latente, esperando ser explorada. Precisamos nos mexer!
Mas como?! Por onde começar, são muitos os caminhos possíveis!
Primeiro, silenciando e ouvindo seu coração. De forma completamente aberta e livre das intenções e dos julgamentos alheios. Ninguém tem mais legitimidade para escolher o nosso caminho do que nós mesmos.
Pode demorar, podem haver desvios de rota, retrocessos, recomeços, faz parte. O importante é estar em busca, é ser um buscador. Ficar de braços cruzados esperando algo acontecer por si só realmente não vai funcionar…
O universo vai dando pistas, das formas mais improváveis possíveis… Precisamos ficar ligados, todo momento é momento de ir encaixando as peças. E muitos eventos podem nos ajudar, assim como um curso, um livro, um determinado programa de televisão, a fala de um desconhecido na rua, uma música…
Como diz OSHO, “opte por aquilo que faz seu coração vibrar”. O nosso coração é a nossa bússola, que vai indicar se estamos indo para o caminho certo.
Com o tempo, nossa intuição fica mais apurada, e a caminhada rumo à realização começa a ficar mais fácil.
A simples consciência da necessidade de busca do nosso propósito já irá começar a dissolver esse vazio. A busca de sentido, outrossim, nos preencherá de energia para a realização, que virá, mais cedo ou mais tarde. Pode acreditar!