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O que pode acontecer com corpo de astronautas que ficam presos no espaço?

O que era para ser uma breve estadia na Estação Espacial Internacional (ISS) está se transformando em uma missão de longa duração para os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams. Inicialmente programada para durar apenas oito dias, a missão da dupla pode se estender até fevereiro de 2025 devido a problemas técnicos com a cápsula Starliner, da Boeing. A situação inesperada traz à tona questões cruciais sobre os impactos da microgravidade e da radiação prolongada na saúde dos astronautas, temas que vêm sendo amplamente estudados pela comunidade científica.

Os seres humanos não são biologicamente adaptados para viver em ambientes de gravidade próxima a zero. A microgravidade afeta o corpo de maneiras que a evolução não preparou, exigindo treinamento rigoroso antes da missão e monitoramento constante durante a estadia no espaço. Na ISS, Wilmore e Williams estão sendo submetidos a uma série de desafios físicos e psicológicos que podem ter consequências a longo prazo.

A NASA e a Boeing estão atualmente em um dilema: encontrar a melhor maneira de trazer os astronautas de volta à Terra com segurança ou mantê-los em órbita por um período significativamente maior do que o planejado, monitorando os impactos na saúde ao longo do tempo.

Um dos maiores riscos associados às longas missões no espaço é a radiação espacial. Sem a proteção da atmosfera terrestre, os astronautas são expostos a níveis significativamente mais altos de radiação cósmica, o que pode levar a danos no DNA e aumentar o risco de doenças como o câncer. Um estudo recente, conhecido como ‘TWINS’, publicado na revista Nature em junho de 2024, analisou os efeitos da radiação espacial em dois irmãos gêmeos, os astronautas Scott e Mark Kelly. Os resultados mostraram que a exposição prolongada à radiação pode causar estresse oxidativo, comprometendo a saúde a longo prazo.

Além da radiação, a microgravidade é outro fator de risco significativo. Um dos efeitos mais notáveis da gravidade reduzida é a desmineralização óssea, com perda de densidade que pode chegar a 1% a 1,5% ao mês. Essa perda óssea aumenta o risco de fraturas e pode levar à formação de cálculos renais, uma complicação séria devido ao aumento dos níveis de cálcio no sangue.

Outro problema emergente é a Síndrome Neuro-Ocular Associada ao Voo Espacial (SANS), uma condição causada pela redistribuição dos fluidos corporais na microgravidade, que resulta em pressão aumentada na cabeça. Essa pressão pode prejudicar a visão e a capacidade de foco, um efeito colateral preocupante para aqueles que passam longos períodos no espaço.

Com os desafios enfrentados por Wilmore e Williams, a NASA e seus parceiros estão sendo forçados a reavaliar os protocolos para missões de longa duração. O caso deles não apenas destaca as dificuldades técnicas de operar no espaço, mas também a necessidade de desenvolver melhores estratégias de mitigação para proteger a saúde dos astronautas em missões futuras, especialmente em planos de exploração de longo prazo, como missões para Marte.

Enquanto aguardam uma solução para os problemas com a Starliner, Wilmore e Williams continuam a enfrentar os riscos associados à vida no espaço. A missão, que já se tornou um estudo de caso crucial, pode fornecer dados valiosos para o futuro da exploração espacial.

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