“Somos 2.000 cubanos, vamos para qualquer parte de Brasil. Indiscutivelmente vamos ajudar a evitar a doença e a controlar os focos”, diz o médico Yubeidy Mora Venero, de 36 anos, que passou um ano e meio atuando no município de Mata Grande, no sertão alagoano e hoje vende frango assado com a esposa aos finais de semana para sobreviver.
Yubeidy foi um dos muitos médicos cubanos que permaneceram no Brasil após o fim do acordo dos governos do Brasil e de Cuba e hoje se mostram empolgados com a possibilidade de retomar as atividades durante o período de emergência causado pelo coronavírus.
A empolgação dos médicos cubanos se justifica na afirmação do secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, de que estes profissionais que trabalhavam no programa Mais Médicos serão chamados para ajudar no controle da pandemia. O secretário disse ainda que o chamado se estenderá para estudantes de medicina a partir do sexto ano e médicos aposentados.
De acordo com Gabbardo, a medida visa ajudar a repor parte da mão de obra perdida durante o trabalho, já que os médicos também ficam doentes.
Yubeidy Mora Venero ressalta que os cubanos que vieram para o Brasil sempre atuaram na atenção primária, o que poderá ajudar na luta contra o coronavírus. “Tenho 12 anos trabalhando nesse espaço que se fundamenta na epidemiologia, na prevenção — que é o principal tratamento que temos para muitas doenças, principalmente para o covid-19”, afirma.
O médico ainda conta que tem experiência em casos de epidemias, e que estava na Venezuela quando surgiu o vírus H1N1. “As cidades pequenas do Brasil têm uma falta crônica de atenção médica. Com o controle da diabetes já vai ajudando a combater o coronavírus.
“Mais do que contente com a chance, estamos necessitados, desempregados. O que ganhou hoje só dá para pagar a comida e a casa, além dos meus estudos para o Revalida.”, finaliza o médico.
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Redação CONTI outra. Com informações de Uol
Imagem de capa: A médica cubana Damisleydis Sande, Arquivo Pessoal