O som da inclusão: Jovens autistas formam banda de rock no DF e quebram paradigmas

Brasília (DF) é o berço de bandas de rock icônicas do cenário nacional, tais quais, Legião Urbana, Raimundos, Plebe Rude, Capital Inicial, entre tantas outras. E é lá também que nasceu a Timeout (“Tempo fora”, em tradução livre), uma banda que leva aos palcos muito rock and roll e uma mensagem poderosa de inclusão social.

Composta por sete jovens com idades entre 13 e 22 anos, a Timeout interpreta músicas autorais e clássicos imortais do rock, como Pink Floyd, Oasis, Mamonas Assassinas, AC/DC e daí por diante. Mas o espírito transgressor do rock não se resume à escolha repertório. Isso porque os sete garotos que integram a banda são autistas e, no palco, cantam para o mundo que são capazes, sim, de produzir música de qualidade.

“Usualmente, pessoas com autismo são subestimadas, infantilizadas e colocadas em um lugar de exclusão, diferenciadas das pessoas consideradas ‘normais’. Acreditamos que a banda é uma verdadeira transgressão social nesse sentido”, afirmou o psicólogo Paolo Rietveld, idealizador da Timeout, ao site Razões para Acreditar.

Foi em setembro de 2017, dentro do Instituto Ninar, que nasceu a Timeout. Tudo começou quando Paolo, que é voluntário da entidade que oferece atendimento para pessoas com autismo, notou as habilidades musicais de sete garotos: Ivan Madeira, João Daniel Simões, João Gabriel Mello, João Henrique Lopes, Marcelo Bacelar, Matheus Winker e Thiago Carneiro.

A banda foi batizada como Timeout, pois significa um “tempo fora” de todos os termos e técnicas da terapia tradicional. Aquele momento em que os meninos se preocupam apenas em se divertir. E desde os primeiros ensaios e apresentações, Paolo percebeu mudanças no comportamento dos garotos e de seus pais.

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“Vemos a autoestima deles crescer a cada dia, nascer um objetivo de vida e a sensação de terem achado um lugar no mundo. João Henrique, nosso baterista, diz que foi a oportunidade que teve para se sentir realizado fazendo o que gosta. Os pais estão cada dia mais engajados e participativos”, destaca.

A última grande apresentação da Timeout foi no maior evento de motos da América Latina: o Brasília Capital Moto Week, no dia 22 de julho. A princípio, Paolo estava um pouco receoso, pois haveria muitas pessoas no local, mas a Timeout arrasou – a reação do público não poderia ter sido melhor.

“Cantaram juntos, curtiram e no final choraram. A energia que eles passam é surreal! Fazemos tudo para apresentar a música com a maior qualidade possível, mas fazemos questão de manter a essência com e o jeito de ser dos meninos”, lembra o psicólogo.

O psicólogo ressalta que a Timeout é um projeto voluntário. Tudo o que a banda ganha e os pais dos garotos investem são revertidos para a própria banda. Os ensaios acontecem aos sábados, e atualmente a Timeout está trabalhando na gravação de músicas autorais.
Tem atitude mais rock and Roll do que quebrar paradigmas e superar obstáculos? A Timeout acaba de ganhar mais um mais fã!

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Redação CONTI outra. Com informações de Razões para Acreditar

crédito das fotos: Reprodução/Paulo Cerqueira







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