Dirigido por Martin Scorsese e lançado em 1976, Taxi Driver é um marco do cinema norte-americano, reconhecido por sua profundidade psicológica e a complexidade de seu protagonista, Travis Bickle, interpretado magistralmente por Robert De Niro. A obra é um retrato sombrio e perturbador da solidão, alienação e violência na Nova York dos anos 70, marcada por decadência urbana e desespero social.
Travis Bickle é um veterano da Guerra do Vietnã que sofre de insônia e decide trabalhar como taxista noturno, navegando pelas ruas cheias de sujeira literal e metafórica. Ao longo do filme, sua visão do mundo se deteriora, alimentada por uma mistura de paranoia, frustração e desejo de purificar uma sociedade que ele considera corrupta. Essa degradação culmina em uma explosão de violência que é tanto um clímax inevitável quanto uma resposta desesperada ao seu isolamento.
Scorsese utiliza a cidade como um personagem em si, capturando a atmosfera opressiva através da cinematografia de Michael Chapman e da trilha sonora melancólica de Bernard Herrmann. As ruas são um labirinto de neon e sombras, refletindo o estado mental fragmentado de Travis. A câmera frequentemente adota perspectivas que enfatizam a desconexão entre o protagonista e o mundo ao seu redor, como os ângulos distorcidos e os closes prolongados.
O filme também aborda questões profundas, como a masculinidade tóxica, o impacto da guerra nos soldados e a falha do sistema em reintegrar esses indivíduos à sociedade. De Niro oferece uma performance visceral, capturando as nuances do personagem — do carisma instável ao colapso inevitável. Sua famosa frase “You talking to me?” encapsula o paradoxo de Travis: um homem desesperado por conexão, mas incapaz de estabelecê-la.
Jodie Foster, como Iris, uma jovem explorada pela prostituição, traz um contraponto de vulnerabilidade e esperança, enquanto Cybill Shepherd, como Betsy, representa o desejo de Travis por um ideal inatingível.
Taxi Driver não oferece respostas fáceis, deixando o espectador refletir sobre a moralidade e as intenções por trás das ações de seu protagonista. É um estudo de personagem inquietante, mas também um comentário poderoso sobre as condições sociais que podem moldar comportamentos extremos. A ambiguidade do final — um suposto retorno à normalidade ou uma continuação do ciclo de violência? — mantém a narrativa viva na mente de quem assiste, décadas após sua estreia.
Em resumo, Taxi Driver é uma obra-prima atemporal, uma imersão na psique humana e um dos filmes mais influentes e discutidos da história do cinema.
Cada pessoa possui seus próprios sonhos e objetivos. Por causa disso é normal que os…
Baseado no livro best-seller da escritora italiana Erin Doom, "O Fabricante de Lágrimas" estreou recentemente…
Na era digital, em que o telefone celular é praticamente uma extensão de nós mesmos,…
Para quem busca um filme tocante, “Todo Tempo que Temos” (2024), dirigido por John Crowley,…
Um vídeo emocionante gravado na casa de Fernanda Montenegro mostra a reação da veterana ao…
Na noite deste domingo (5), Fernanda Torres fez história ao conquistar o Globo de Ouro…