Por Martha Medeiros
Uma sociedade plural é muito melhor do que uma sociedade em que todos pensam igual. Sem divergências, nada evolui ― nem o pensamento, nem o país.
Quem escreve em jornal sente na pele essa dinâmica de opiniões conflitantes. São tantos os leitores, das mais variadas origens e crenças, que fica absolutamente impossível almejar uma unanimidade, só em santa ingenuidade. Você fala em sexo e desejo, o outro salta condenando o hedonismo. Você clama por charme na vida, o outro salta condenando que é elitismo. Quem tem razão? Cada um tem a sua, e que se atreva alguém a dizer quem está certo ou errado. Há tantas verdades quanto seres humanos na terra.
O Brasil, em especial, é dos países menos coesos. Deste tamanhão e com esta desigualdade social que tanto nos choca, é como se abrigasse vários planetas a conviverem no mesmo território. E obriga. E rimo: não sei como não sai mais briga.
Uns elogiam 2 Filhos de Francisco, outros apontam a rendição do cinema nacional, que não arrisca nada fora do padrão global. Uns elogiam os shows internacionais, outros questionam: por que não se dá mais espaço pro regional? Você fala de amor eterno, é piegas. Você fala em sedução e liberdade, é a filha preferida do demônio.
Alguns você comove, outros revolve o estômago. Se cita um caso que aconteceu com você, é porque está focada no próprio umbigo. Se cita um caso que aconteceu com alguém, não tem originalidade suficiente. Se inventa um caso que não aconteceu mas poderia, está fazendo ficção onde não devia.
Falou em Nova York, é metida. Falou em Ibiraquera, metida a made in Brasil. Colocou palavras em inglês no texto? Nenhum problema, pensam uns; paredón, pedem outros, que palavra em espanhol pode.
Falou bem do PT? Rendida, vendida, mal-intencionada. Falou mal do PT? Rendida, vendida, mal-intencionada. Não falou de política? Alienada.
Usa palavra antiga, entrega a idade. Usa uma palavra nova, está inventando moda. Que palavra está em voga?
Voga???
O mesmo texto tudo provoca: uns te amam, outros te toleram e alguns não perdem a chance de te esculachar. Como te leem os que te odeiam.
Você toca profundamente o coração de uma senhora e com o mesmo texto enoja um estudante. Uma professora te agradece a contribuição em sala de aula, outra proíbe que os alunos te convoquem. Você defende as minorias e alguns vibram com a referência, outros têm certeza que é deboche. E nem ouse citar Deus em suas crônicas, apenas em suas preces.
É uma aventura a cada linha, uma salada mista a cada ponto de vista. Franco-atiradores a serviço da reflexão, todos nós, os daí e os de cá, sabemos um pouco de tudo e muito do nada, e salve o bom humor diante desta anarquia, já que de algum jeito há que se ganhar a vida.
Parte integrante do livro Doidas e santas, de Martha Medeiros.
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