A inveja é um tema bastante espinhento, porque diversos estudos comprovam que quase a totalidade das pessoas sente inveja, mas na hora de reconhecer, também não perdem tempo em dizer que não são invejosas! Algo está errado nessa equação não é mesmo?
De uma forma direta e simplificada, inveja é querer algo que o outro tem, ou ser igual a outra pessoa em algum aspecto do seu comportamento ou personalidade. Em resumo, o foco é sempre o outro. Só aí já se pode perceber que se trata de um problema psicológico e emocional que precisa ser trabalhado.
É comum pensar que a inveja se restringe a querer mais dinheiro igual ao fulano, ou ter mais fama ou status igual a ciclano ou beleza física igual a beltrano. De forma alguma! A inveja vai muito mais além, e quero enumerar diversos outros níveis de inveja.
Por exemplo, tem muita gente que sente inveja de outra porque ela conseguiu se desenvolver nos estudos, se tornou acadêmica, acumulou títulos etc. Sendo que a pessoa que inveja não costuma pensar nos inúmeros fatores de favoreceram ou contribuíram para isso.
Tem gente que inveja porque outra pessoa tem sabedoria para lidar com as adversidades da vida de uma forma leve e serena. Fica com raiva porque tudo na vida da outra pessoa parece que está sempre Zen, mas não percebe que ela fez terapia por anos, ou pratica meditação com grandes mestres, ou teve desde a infância pessoas sábias que a orientaram etc.
Existe uma inveja sutil que se relaciona com os extremos de estilo de vida. A pessoa muito rica às vezes inveja àquela pessoa simples, que anda de bicicleta pra todo lado com um sorrisão no rosto. Ou o contrário, tem aquelas que andam de bicicleta ou a pé e vivem olhando as vitrines das concessionárias e dizendo pra si: “Eu vou um dia comprar esse carro igual ao do meu chefe…”.
Pode parecer loucura, mas tem até pessoas muito ricas que invejam outras que são mais pobres porque estas não precisam pagar a mesma quantidade de impostos.
Tem pessoas que vivem doentes e tomando cartelas e cartelas de remédios e que invejam pessoas próximas que estão saudáveis e não precisam tomar remédio algum.
Às vezes têm homens que são baixinhos e que invejam os homens mais altos. Há as mulheres com seios menores que invejam às que têm seios grandes. Há homens que não têm a voz grossa e invejam os que têm voz de radialista. Há as moças de cabelo preto que invejam as loiras e vice-versa.
Tem aquela mãe que passa na rua com duas crianças ao lado e uma terceira no carrinho de bebê que muitas vezes nem percebe o olhar quase fuzilante da mulher que por anos tentou ter um filho e não conseguiu. O inverso também acontece. Têm mulheres com dois, três, quatro filhos, e que pra cuidar deles, deixaram de lado sonhos de fazer uma faculdade ou um MBA, e assim invejam as super-executivas das multinacionais que não têm filhos ou as professoras universitárias que passam nos programas de TV e radio.
E essa lista vai longe! Existem muitas outras invejas nos mais diversos níveis! Agora faço a pergunta: Você tem certeza que não sente nem um pingo de inveja?
Sabe qual é uma das melhores formas de identificar a inveja em si? É prestar atenção ao sentimento que surge quando você vê o progresso, a alegria, a harmonia, a prosperidade, a amor, a realização… das pessoas que você gosta e têm apreço.
Se em algum momento surge uma tristeza, mesmo que você tente não transparecer. Saiba que a inveja está presente em maior ou menor medida!
A gente vai curando a inveja dentro de nós primeiro prestando atenção nisso, segundo, olhando para si mesmo com mais amor e atenção, evitando se comparar ou competir com os outros.
Nos níveis mais subconscientes da nossa psique, sempre a inveja está relacionada com a falta de amor próprio, que gera como consequência as comparações e competições! À medida que vamos nos curando da inveja, ela vai dando lugar a uma sentimento super positivo e nos impulsiona pra frente que é a admiração. Na admiração eu reconheço todos os méritos das pessoas ao meu redor e fico feliz com isso!
Lembre-se sempre desse pensamento que é quase uma fórmula matemática: “Quanto mais eu desenvolvo o amor próprio, menos eu me comparo e quero competir com os outros, consequentemente menor será meu sentimento de inveja…”.
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