Os opostos se atraem, mas não duram. Não duram porque é jogar com o acaso que duas pessoas completamente diferentes consigam ter a mesma sintonia para resolverem os próprios sentimentos e ainda assim permanecerem juntas. É querer demais do amor que ele dê certo com tantos pontos distintos. Por que não estar ao lado de alguém que se pareça com você?
Infelizmente, e de uns tempos pra cá, o amor tem sido banalizado. Achamos em certa medida que é impraticável ou é sem graça se o amor for cultivado por inteiros que tenham afinidades – o que é completamente estranho de se pensar, pois o amor tem a tendência para crescer mais quando ele é somado por pessoas que, além de gostos parecidos, tenham também visões semelhantes sobre o mundo.
Existe esse falso de julgamento de que o amor precisa daquela chama da diferença, que ele necessita do conflito entre as partes para ter um sabor especial. Mas até o diferente no coração deve contar com um equilíbrio. É óbvio que ninguém, por mais parecido que seja, pensa exatamente o mesmo do que o outro. E não é sobre completar frases da outra parte ou sobre saber quais manias boas e ruins a incomodam. Ainda assim, pense bem: o amor não flui melhor se a disposição e o conteúdo forem mais casados?
O amor dá liga quando ele só compete contra a vida. No que diz respeito ao relacionamento a dois, o amor é mais leve quando tem disponibilidade e interesse dos dois lados. Não é só curtir a mesma banda, a mesma viagem, o mesmo filme ou mesma comida. O amor que combina é aquele proporcionado por sentimentos que visam consequências de delicadeza no mundo particular que está sendo lapidado: é ter a mesma clareza sobre família, o mesmo sentido sobre o futuro, o mesmo respeito sobre qualquer assunto levantado.
Os opostos se atraem mas, eventualmente, eles desistem, eles se desligam. Já os dispostos, os entregues nos mesmos sorrisos, eles resistem. Eles vão até o amor secar em comum acordo, ou até que ele, o mútuo amor, transborde indefinidamente.