Foto por Priscilla Du Preez em Unsplash.com
Assumir riscos faz parte da natureza humana. Tudo aquilo que envolve altos riscos com altas recompensas acaba por estimular as vias de prazer do cérebro humano, fazendo com que volte a procurar este estímulo novamente. Isto pode acontecer com tudo, desde fazer manobras arriscadas com um skate, até apostar alto em uma mesa de poker.
Quando fazemos alguma coisa arriscada é liberado em nosso cérebro um neurotransmissor chamado de dopamina que é responsável pela sensação de prazer. Esta via de recompensa é extremamente importante para que as pessoas se sintam bem e motivadas a superar alguma dificuldade. No entanto, esta recompensa prazerosa pode ser perigosa quando o indivíduo não consegue controlar mais seus impulsos.
A instituição de psiquiatria Royal College do Reino Unido estima que 1% da população humana sofre de problemas relacionados a vícios em jogos. Muitos deles causados pelo surgimento de cassinos online, que tornou muito mais fácil e acessível a participação em roletas e jogos de cartas, sem falar na facilidade que estas plataformas possuem na hora do pagamento.
A maioria das plataformas de apostas online disponibilizam diversas maneiras de adicionar dinheiro na carteira, como o uso de cartões de crédito, transferência via celular usando o MB Way, transferência direta de bancos como o Multibanco em Portugal e no caso brasileiro, o PIX. Dessa forma os usuários conseguem apostar de maneira muito mais rápida, o que pode ser um perigo no caso de um descontrole emocional.
A maioria das pessoas que apostam ocasionalmente consegue lidar com vitórias e derrotas sem prejudicar sua vida pessoal. No entanto, quando o apostador passa a deixar de cumprir com compromissos profissionais ou atividades do dia a dia para continuar apostando, o sinal de alerta deve ser ligado.
Apostar em excesso é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde, caracterizado com um comportamento que se repete compulsivamente. O estudo feito em 2016 pela Comissão de Apostas do Reino Unido, levantou dados sobre as pessoas que sofriam dessa compulsão. Os dados revelaram que os homens tem cinco vezes mais chance de desenvolverem o vício do que as mulheres, assim como, pessoas que estão desempregadas tem maior chance do que aqueles empregados, estudantes ou aposentados.
Os sinais de que alguém está sofrendo de problemas com aposta são: o sentimento de ansiedade ou estresse do indivíduo com relação ao seu hábito de aposta; ter o hábito de fazer grandes apostas para ter aquela sensação de alto risco, como foi discutido no início. E como consequência do hábito citado anteriormente, o outro sinal é o de apostar mais dinheiro do que possui.
Apostar pode ter o mesmo efeito que drogas, álcool e até o de fazer compras. Quando uma atividade se torna compulsória e fora do controle, se torna um problema do mesmo jeito.
Estes vícios são gerados por causa do nosso sistema de recompensa existente em nosso cérebro. quando conseguimos algo pelo qual tínhamos o desejo, a sensação de prazer é ativada. Desejar é essencial para fazermos atividades diárias e atingirmos o sucesso profissional, por exemplo.
No entanto, quando a pessoa desenvolve uma dependência em relação a aquele objeto de desejo, que a maioria das vezes está relacionada à essa sensação de prazer, a relação acaba se tornando prejudicial, e o indivíduo precisa repetir mais vezes aquela ação para se obter o mesmo nível de prazer. Os cientistas do Colégio Imperial de Londres explicam que o cérebro de pessoas com vícios, possuí menor capacidade de controlar estes impulsos, o que torna mais difícil a recuperação dessas pessoas.
Semelhante a outros comportamentos viciantes, o vício em aposta pode ser tratado. Procurar um terapeuta é uma ótima opção, uma vez que a resposta ao tratamento com farmacologia e tratamento psicossocial tem tido sucesso entre as pessoas com compulsão em apostar.
Aprender novas habilidades e a mudança de hábitos está também diretamente relacionada a uma boa recuperação dos indivíduos. Além disso, existem grupos de apoio como Apostadores Anônimos dentre outros, que podem ajudar aqueles que ainda possuem restrições para falar sobre isso.
A sensação de arriscar e receber uma recompensa por isso é natural do ser humano. Portanto, como discutido no início, essa via cerebral de risco e recompensa é utilizada o tempo todo em nossa rotina e mesmo assim o vício não aparece em tudo o que fazemos.
Portanto apostar não gera um vício, uma vez que a atividade seja realizada de forma recreativa, momentânea e restrita a poucos momentos da sua rotina. Sabendo dos perigos que foram citados acima mantenha-se atento caso apostar desperte algum sintoma, no demais é possível se divertir, sem preocupação.
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