“São tempos difíceis para os sonhadores”. (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)
O mundo não anda estranho, não. Ele está de volta ao primitivo, sabe? E o mais irônico, todos nós reparamos. Nos cantos, gritos. Já nas janelas, silêncios. Não adianta dizer que é culpa de algum ismo. Aliás, paremos de distribuir culpas. Que prazer compulsivo é esse de apontar o dedo? Olha, não há força divina que explique tamanha vertigem.
Desesperos, carências e ilusões. A luta diária por um ganha-pão, por algo que não seja um efeito paliativo para uma sobrevida, mas se tratando da atual, sobram uns poucos trocados de risos. No quesito amarguras, os bolsos estão cheios. Somos ditos loucos no caso de discordarmos das necessidades triviais que alimentam o ego.
Ah, assim não dá. É tanta hipocrisia, tanta falta de empatia. A sociedade em desigual, caminhando em marcha lenta a cada nova notícia. Porrada dali, porrada de cá. Reviram os olhos, tapam os ouvidos, cruzam os braços. Altas patentes de conformismos e reclamações. Mas quando convêm, felicidades compartilhadas.
São tempos difíceis para os sonhadores. E é exatamente por isso que os sonhadores devem permanecer juntos. Façamos os devidos reparos. Propúnhamos soluções. Poesias desmedidas para a cura da nossa loucura.