Por Marcela Bianco e Josie Conti
É difícil dimensionar a profundidade das marcas que uma criança pode desenvolver depois de ter que sair fugida de seu país e atravessar um oceano enfrentando todos os tipos de dificuldades físicas e emocionais. O medo, a fome e o contato com a morte são apenas alguns exemplos do que os pequenos têm que lidar num momento em que deveriam estar protegidos, em que seus pequenos corpos ainda carregam os maiores sonhos.
Para aliviar essa tensão e devolver sorrisos a alguns desses rostinhos tão jovens, um grupo de palhaços vem desenvolvendo um trabalho de valor humanitário tão elevado quanto qualquer acolhimento e doação: eles devolvem sorrisos e brilho aos olhos de crianças que, há dias e até semanas, não se lembravam mais do que era a alegria.
Trapalhadas, nariz vermelho e cores e lá estão as crianças correndo em busca de encanto.
Em entrevista, uma das responsáveis pelo projeto que acontece na ilha grega de Lesbos fala com entusiasmo e emoção sobre o processo de retomada da infância que os pequenos encontram ao se deparar com as brincadeiras. Em alguns momentos, a passagem de um helicóptero os assusta, pois relembram dos perigos que ficaram para trás. Quando isso ocorre, ela diz aos pequenos que está tudo bem e que a brincadeira pode continuar. Uma mensagem de tranquilidade que traz para as crianças um novo padrão mental em que elas podem registrar uma informação diferente da mensagem traumática que carregam na memória.
Sabemos que muitos desafios ainda estão por vir, mas desejamos que essas vidas continuem sendo brincadas com pessoas que sabem que sorriso é alimento para sonhar e, enquanto houver sonho, vale a pena lutar pela vida.
Abaixo, o vídeo com a entrevista em inglês feita pela TV Aljazeera.