Para cada pessoa que escolhe partir, há outras que insistem em ficar

Amor não se pede, não se cobra, não se exige. Já aprendemos isso das piores formas, mas, teimosos que somos, acreditamos que “lutar” por amor é bonito e insistir em uma relação abusiva é prova de amor.

Terminar uma relação é uma das tarefas mais difíceis do mundo, já que o processo do término e da cura envolve saudade, medo e tristeza. Isso explica o motivo de tantas pessoas temerem a liberdade e preferirem permanecer em relacionamentos abusivos.

Para algumas pessoas é mais fácil engolir as ofensas da noite anterior do que dormir sozinho. É mais fácil perdoar a traição do que recomeçar uma nova história. É mais fácil chorar escondido do que carregar o rótulo de separado e isso é tão triste quanto desesperador.

Frequentemente vemos pessoas incríveis em relacionamentos degradantes e o motivo não é difícil de adivinhar: muitos possuem medo de ficarem sozinhas e, por estarem feridas e acostumadas com as ofensas do companheiro, continuam o relacionamento abusivo acreditando que o outro irá mudar da noite para o dia. Doce ilusão!

Às vezes, nos agarramos inutilmente à ideia de que só seremos felizes acompanhados e isso, muitas vezes, nos faz tomar decisões impulsivas e erradas. Mas, a verdade é que no fundo, bem no fundo, sempre sabemos onde as histórias podem nos levar. Sabemos quando um relacionamento é um caminho sem volta e o quanto isso irá nos machucar, mas somos intensos demais para deixar ir e teimosos demais para desistir da relação.

Sejamos racionais: não dá para forçar sentimentos, cobrar amor ou obrigar o outro a ficar. Não funciona assim: eu amo/ você me ama/felizes para sempre. Amor cresce em liberdade e com doses generosas de bom senso. Por isso, é tão importante desenvolver inteligência e equilíbrio emocional.

Entenda que fazemos história com quem fica ao nosso lado mesmo quando os ventos são contrários, com quem sonha conosco mesmo quando a realidade é difícil e com quem tira os planos do papel mesmo sem recursos para isso.

Quer um conselho? Não suplique amor, não. Você não precisa disso! Deixe ir quem quer e valorize quem escolheu ficar. Para cada pessoa que escolhe abandonar o barco, há milhares que resolvem ficar.







A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.