A culpa só tem alguma serventia nos momentos iniciais pós-desastre. Nesse espaço de tempo, no momento em que o seu malfeito é flagrado, ou assumido, a culpa tem uma função excepcionalmente importante. Ela precisa ser a mola no fundo do poço. A força capaz de tirar você desse lugar miserável onde vão parar aqueles que erram.
Uma vez arremessado lá dos cafundós do fim do mundo – porque às vezes a gente se sente como se o mundo fosse acabar mesmo -, uma vez de volta à superfície, a culpa não fará mais nenhum sentido. Nessas alturas, sentir-se culpado só vai trazer à boca aquele gosto azedo de ressaca, aquele efeito paralisante da crença de que as coisas são definitivas.
Nada é definitivo. Nem seus maiores, nem seus medíocres, nem os seus piores feitos. Sendo assim, rasgue a culpa em milhares de pedacinhos. Rasgue com vontade, igual a gente fazia na época em que era obrigado a mandar revelar TODAS as benditas 389 fotos que tirávamos com nossas câmeras. Câmeras cujo interior abrigava um rolinho de negativo, que caso aberto acidentalmente, apagava tudo definitivamente.
Na época dos negativos revelados, não havia esse poder mágico de DELETAR as fotos nas quais a gente sai horrorosa, mais gorda do que é, junto com um “ex-my-love”, ou com cara de quem comeu e não gostou.
Agora, na era digital, que maravilha! Parece que a gente ganhou o poder de escolher só os bons momentos. Ninguém precisa ver as nossas imperfeições. A menos, é claro, que você tenha feito a besteira de salvar TODAS AS SUAS IMAGENS na nuvem. Aí, meu amigo, não tem muito jeito, não. Alguém, em algum momento vai descobrir seus segredos visuais.
Acontece, que ainda não inventaram um jeito de deletar de dentro da gente o que machuca, dói ou incomoda. A Ciência afirma que a coceira é o tipo mais brando de dor. Eu discordo! Há dias que a coceira é insuportável! Coçam-me tantas ideias, e vontades, e desejos, e arrependimentos, que não há meios de achar alívio.
A culpa é uma coceira nas costas, bem naquele lugarzinho que a gente não alcança. Há que se pedir ajuda. Baixar a bola. Entregar as armas. Reconhecer a própria fragilidade diante das reviravoltas da vida. Para expurgar a culpa, é preciso revelar ao outro o que se fez, ou revelar a si mesmo, o que é ainda mais difícil.
A culpa tem cura! E a sua cura passa por reconhecer que o erro é o processo: escorregar, cair, levantar e começar tudo outra vez. Errar nos ajuda a lembrar que de vez em quando – bem de vez em quando mesmo-, a gente gabarita os testes a que a vida vive a nos submeter.
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