Por Nara Rúbia Ribeiro
A concretude da poesia é um paradoxo. A sua essencialidade, também. Sabedor disso, Heduardo Kiesse fez de sua página no Facebook, ParadoXos, o retrato de sua “eternidade provisória”, inserindo a palavra escrita em universos inusitados: pedra, giz, parede; o próprio chão pode ser substrato da poesia.
Kiesse nasceu em Angola, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, é licenciado em Filosofia pela mesma Universidade e vive em Lisboa. Dedica-se à poesia visual desde 2007 e já realizou algumas exposições em Portugal
A forma com que brinca com a palavra, com que a recria de modo extraordinário, inovador, tem conquistado centenas de leitores a cada dia.
A sua sensibilidade faz ponte entre a abstração de nossas almas aladas e a concretude, a contundência seca, sólida e caótica que cotidianamente nos circunda.
Talvez o seu maior trunfo seja mostrar que a poesia pode sobreviver em meio à precariedade da vida. Assim como aos olhos do poeta a poesia pode nascer dos lamaçais mais lodosos, das pedras ou das eras sombrias, a poesia de Kiesse, em ParadoXos, surge na fotografia flagrada da palavra pousada onde tudo é nada.
E o nosso coração dispara, sem saber explicar o porquê…
Nota da CONTIoutra: as imagens acima foram selecionadas e replicadas com a autorização e reconhecimento de Paradoxos.
Nara Rúbia Ribeiro: colunista CONTI outra
Escritora, advogada e professora universitária.
Administradora da página oficial do escritor moçambicano Mia Couto.
No Facebook: Escritos de Nara Rúbia Ribeiro
Mia Couto oficial