Não é possível mensurar o BOM SENSO, entretanto a sua definição na Wikipedia diz:
“Bom senso é um conceito usado na argumentação que está estritamente ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade, e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar regras e costumes a determinadas realidades considerando as consequências, e, assim, poder fazer bons julgamentos e escolhas. Podendo, assim, ser definido como a forma de “filosofar” espontânea do homem comum, também chamada de “filosofia de vida”, que supõe certa capacidade de organização, auto-controle e independência de quem analisa a experiência de vida cotidiana.”
Tendo em vista o conceito acima, fica claro que nenhuma decisão que tomamos pode ser considerada certa ou errada, sem que uma análise do que é razoável seja pensada (até mesmo no Direito isso é avaliado). Assim são as fotos que aparecem no Facebook e que dizem respeito àquele que as postou.
Embora entendamos que algumas pessoas cometam excessos: o perfil é pessoal e nele o usuário, desde que siga as regras da plataforma, decide quanto de si quer mostrar – ainda que o que opte por exibir seja julgado como um exagero pela maioria das pessoas.
Eu já bloqueei um “colega” de Facebook, simplesmente porque estava cansada de ver suas fotos de viagem. Eram centenas e centenas. E ele não não parava de postá-las. Aquilo me cansava pelo excesso. Entretanto, mesmo que tenha ferido os meus critérios pessoais de bom senso, ele tem, tinha à época, e continuará tendo, todo o direito de postá-las, mesmo que eu opte por não vê-las mais.
Não é diferente com pessoas que exageram nas postagens de animais doentes, assuntos de política ou mesmo opiniões religiosas. A cada um reserva-se o direito de escolha.
O que me chama a atenção, entretanto, é que o descompasso de alguns acaba por gerar críticas coletivas. Qualquer um que esteja em uma rede social deveria se sentir à vontade para postar imagens, mesmo que seja apenas de fotos felizes. Vivemos inúmeras situações sociais, aniversários, casamentos, viagens, encontros com os amigos e a visibilidade da plataforma torna a interação e a exposição muito mais caracterizada.
Lembro-me que na minha cidade, quando menina, após o carnaval, nós íamos à loja do fotógrafo para ver as fotos que tinham sido tiradas na noite anterior. E queríamos ver as fotos de todo mundo, não apenas as nossas. Essa curiosidade pelo que é do outro é algo comum, mas que foi exacerbado pela praticidade das ferramentas atuais.
Só as pessoas que estão dentro das relações têm o poder de decidir se querem ou não ver o que e quanto o outro decidiu mostrar. Se estamos vendo carências, exibicionismo, fuga da realidade ou o que quer que seja, na exposição alheia, é a interação entre nós e e o resto do mundo que dirá se devemos ou não continuar a olhar. Afinal, se o filme é ruim para você, que força misteriosa é essa que o faz continuar assistindo?
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