Por Sílvia Amélia de Araujo
Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação da vida dele com uma garota de programa (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!).
Que nenhum menino seja exposto à material inapropriado precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!).
Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina.
Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina.
Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também.
Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa.
Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua com a pessoa que escolher para ser sua parceira ou parceiro – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas, se desejar tê-los.
Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar palavras chulas no ouvido de uma garota só porque ela está de mini-saia
Que ele não tenha que manter relações com qualquer mulher que queira ficar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos
(…)
Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.
O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.
Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.