Pessoas livres não enclausuram outras pessoas

Imagem: Jacob Lund/shutterstock

Pessoas livres têm uma perspectiva interessante do mundo e das relações. Não cultivam o medo dos rompimentos, não constroem armadilhas para prender outras pessoas.

Pessoas livres enxergam beleza na fragilidade dos encontros, se fortalecem de momentos felizes, vivenciam as fases difíceis e comemoram intensamente as superações e progressos.

Não alimentam neuroses, não sentam ao lado de paranoias, não dão conversa para os pensamentos possessivos. Sabem que nada nem ninguém lhes pertence e jamais pertencerão. Pessoas livres convivem com idas e vindas sem grandes dores. No máximo, saudades e recordações, até mesmo as tristes e doloridas.

Ninguém jamais será aprisionado por uma pessoa livre! Ainda que possa parecer desamor, uma pessoa livre não concebe a prisão como forma de vida. E tanta gente se querendo aprisionar, obedecer, se submeter… Uma ordem não natural das coisas que a gente acaba se acostumando, e as pessoas livres transgridem, ainda bem.

Da mesma forma, nunca será possível encarcerar uma pessoa livre. As mais fabulosas e criativas maneiras terminarão em fracasso e frustração. A pior das notícias para os dominadores de plantão.

Ser livre é estado de espírito. Estar livre é momento sublime. Quando nada prende, a gente sabe exatamente onde e com quem quer estar. Pessoas livres nos mostram o caminho, mas quase sempre preferimos as correntes e os segredos dos cadeados. E damos passos tão curtos quanto pequena é a corda que nos aprisiona.

Se o mundo é dos que não se acovardam, a liberdade é para os que enfrentam o que vida lhes oferece. Aceites, recusas, êxitos, fracassos, amores intensos, infidelidades, mentiras, verdades… Liberdade é conviver com tudo o que faz parte da vida sem negociar o direito de viver plena e pessoalmente.

Não há proteção nem conforto, tampouco promessas e esperanças, que paguem o preço de uma liberdade. Pessoas livres sabem disso e aprendem bem cedo que, mais valem passos errantes no mundo, do que uma bola de ferro nos tornozelos.







Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.