O limiar da dor varia muito de pessoa para pessoa. O que é tolerável para um, pode ser insuportável para o outro. Enquanto há quem sente numa cadeira de dentista, determinado a concluir o tratamento dentário sem usar anestesia… há, também, quem não se submeta a tirar a sobrancelha sem o milagre de uma pomadinha anestésica.
E tudo bem! Merece o nosso respeito, tanto um quanto o outro. Porque na hora do “Penha-Lapa”, como dizia minha mãe, é que a gente descobre até onde aguenta. É preciso ter em mente que existe uma boa dose de coragem, tanto na atitude de quem bate no peito e diz “Vem que eu dou conta!”, quanto na sabedoria de ser capaz de assumir que não se suporta mais um fardo, ou uma dificuldade.
A dor nos iguala em um aspecto mais profundo, entretanto: diante de uma situação dolorosa, todos nós – tanto os mais resistentes, quanto os mais sensíveis -, revelam facetas de personalidade que ficam adormecidas em períodos de conforto.
Se ao menos fôssemos capazes de sentir também quando é o outro que dói… quem sabe não descobriríamos que às vezes é a nossa luz que anda fazendo falta para iluminar onde o outro não pode, não consegue ou não está pronto para enxergar.
Situações dolorosas têm o efeito mágico de nos tirar do piloto automático. Muitas vezes, só nos apercebemos da força que possuímos, quando somos confrontados com uma situação-limite: a perda de uma pessoa querida, a privação de um bem que se conquistou, o desemprego, o fim de uma história de amor, a traição de um amigo…
O que não falta nessa vida são lições prontas para nos fazer descobrir que havia uma porção de outros jeitos para se dar. Jeitos que ficavam escondidos sob o véu da normalidade de uma vida protegida dos sobressaltos. Enquanto a gente olhava pela janelinha, no entanto, havia gente sem condições de viajar… mas vivemos ocupados demais com nossas próprias bagagens.
E é bem verdade que na hora do perrengue, bem naquela hora que falta o chão, que se chegou em queda livre ao fundo do poço, ou que se está morrendo de sede a quilômetros de uma fonte possível… nessa hora exata, nenhuma lição é aprendida… essa é a hora de doer mesmo, de reconhecer a natureza daquela dor, de entender se é uma dor que arde, aperta, queima ou apenas cutuca.
É só depois, quando passa o choque da ruptura, da perda ou da queda, é que a gente é capaz de ver alguma mensagem didática na tragédia que nos solapou de uma vida que “Puxa vida! Era tão boa e eu nem percebia!”.
É nessa hora que a gente entende que todos nós temos nossas limitações, que tudo nessa vida tem 50% de chance de dar certo ou errado, que apertar o cinto pode tanto nos aproximar de pessoas distantes, quanto nos afastar das pessoas mais próximas! Aprendizado!
A vida é uma escola que vive mudando de métodos, que vive revendo conceitos, que não se cansa de nos testar, mesmo antes de nos ensinar alguma coisa. E nessa escola, a gente fica muitas vezes “de recuperação”, repete de ano, consegue resultados medíocres ou tira notas máximas.
A questão é que tudo isso é difícil demais, justamente porque a gente é emocionalmente burro demais e NUNCA tira nenhuma lição do sofrimento, quando o sofrimento não bate diretamente na NOSSA porta! Pimenta nos olhos dos outros é colírio! Mas há pimenta de sobra nessa vida para todos nós! E é muito bom que a gente não se esqueça disso!
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