Relações amorosas são complexas. Na verdade, somos complexos em todas as relações sociais. Teimamos em querer amar quem não nos ama, impomos nossas verdades como absolutas e, para piorar, achamos o máximo, carregar na vida pessoal, o rótulo de “relacionamento complicado”.
Amores (e histórias) mal resolvidas servem de roteiros para Hollywood, enchem as mesas de bares e são inspirações para músicas românticas, mas aceitar viver esse tipo de história na vida real, é desvalorizar a própria alma. Entenda: amores complicados foram feitos para pessoas complicadas! Pessoas simples gostam da objetividade, da sinceridade e de situações estáveis.
Imagino que, a essa altura, você esteja perguntando: “mas, se amores mal resolvidos são tão ruins, por que as pessoas se submetem a ele?” A resposta é simples (e assustadora): porque há pessoas que querem, a todo custo, um amor para chamar de seu. Para elas não importa a condição, o nível de stress e o nervosismo que o relacionamento possa oferecer, o que importa é terem migalhas de atenção de quem finge se importar.
A idealização do parceiro, a criação de um lirismo romântico inexistente e o medo da solidão, faz pessoas maravilhosas enxergarem acasos, mentiras e desculpas como normais. Tão assustadores quanto comuns, os relacionamentos “mal resolvidos” aparecem de forma bem sutil, mascarando-se de “destino” para enganar os apaixonados de plantão.
Um exemplo disso são as famosas situações de egoísmo sentimental. Acontece quase sempre assim: o relacionamento caminha para algo sério. Tudo corre bem, mas do nada, um dos dois, diz que não “está pronto para algo sério”. Até aí tudo bem. O problema começa quando, ao perceber que o outro começou uma nova história, ele ressurge do nada, como um ilusionista (e, claro desparece da mesma forma).
Sem contar aqueles romances em que, os dois brigam mais que lutadores de UFC, mas insistem em ficarem juntos, porque acreditam que “o amor tudo suporta”. A verdade é uma só: amores mal resolvidos não são amores. São sentimentos unilaterais, não correspondidos e fantasiados por quem os sente. Apenas isso!
É preciso entender que uma situação só pode ser considerada resolvida ou não, se você tomar uma postura diante dela. “Amor mal resolvido” é o nome bonito que encontraram para “amo alguém que não me ama e, para suprir minha carência, me contento com encontros casuais e raros”.
Temos o direito do erro, da indecisão, do medo, mas são sentimentos que devem ser encarados como provisórios e passageiros. Não dá para esperar pelo resto da vida, por alguém que só aparece nos finais de ano. Nem fazer planos, com quem some no dia seguinte. Tenha claro que, da mesma forma que o amor exige química, desejo e admiração, ele te obrigada a ser realista, a ser presente e ter bom senso.
Por hoje, resolva-se. Resolva seus medos, suas inseguranças, suas expectativas e depois encontre o amor. Não tenha pressa. Não aceite qualquer coisa. De coisas mal resolvidas o mundo está cheio, mas, como sua mãe diz, você não é todo mundo.
Imagem de capa: Bernd Leitner Fotodesign/shutterstock
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