Por favor, não confunda espírito crítico com espírito de porco.

Olha, eu sei que você tem o direito de expressar as suas opiniões por aí. Todo mundo tem. Tudo bem.

Agora, se você vai mesmo insistir nesse negócio de achar que as pessoas são inimigas porque têm orientações políticas, filosóficas e sexuais diversas, se acredita que agredir quem pensa diferente de você é uma coisa inteligente e que criticar é o mesmo que insultar e ofender, por favor, deixe as crianças fora disso.

É muito feio quando uma criança manifesta na rua ou na escola o ódio que ela aprendeu em casa, com os mais velhos que não têm o menor cuidado de escolher as palavras e geralmente não pensam quando falam bobagem na frente dos pequenos.

Em casa a gente aprende valores. Aprende que não é certo roubar, enganar, matar. Muito menos odiar o sujeito que torce para o time adversário. Em família a gente aprende que é preciso respeitar os outros e a nós mesmos. O nome disso é educação, né?

E se você que é pai, mãe, avô, avó, tio, tia, padrinho, madrinha, irmão mais velha ou seja lá quem for, acha mesmo que está educando uma criança ao ensiná-la a odiar alguém, você tá enganado. Quer odiar? Vá em frente. Mas deixe as crianças fora disso, ok?

É melhor prestar mais atenção na hora de fazer os seus comentários em casa, ou você vai dar um nó cego na cabeça da criançada. Ter espírito crítico é bem diferente de ser espírito de porco, aquele que dispara esculhambação a todo lado do jeito mais superficial e irresponsável possível.

Vai bancar o justiceiro e disparar acusações esdrúxulas a quem passar perto? Tire as crianças da sala! Criança aprende pelo exemplo. E não tem de aprender a odiar ninguém assim, de graça, sem motivo, sem sentido e sem escolha.

André J. Gomes

Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.

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