Ana Macarini

Por mais que os outros nos amem, ninguém pode nos salvar de nós mesmos!

Às vezes parece que estamos presos naqueles labirintos de circo de cidade pequena.

Aqueles que têm espelhos mágicos que nos deformam. Uns nos fazem parecer compridos e longilíneos. Outros nos achatam e engordam. Outros ainda fazem o tronco ter o dobro do tamanho das pernas. E assim, a nossa imagem externa vai de modificando a depender do reflexo à nossa frente. O lado bom desses espelhos de circo é que a gente sabe que é tudo uma brincadeira.

Já os nossos espelhos internos… Puxa vida! Como eles podem ser cruéis!

Os espelhos internos nos aprisionam em mágoas tão antigas que nem nossa memória consciente consegue alcançar. São aquelas ferroadas da primeira infância que nos fizeram crer que nossa vontade não era nada, que nossos medos eram bobos, que nossas feridas eram de mentira.

É nesses espelhos internos que moram, tatuadas, nossa leitura de nós mesmos. Porque fomos fracos uma vez ou duas, acreditamos que SOMOS definitivamente fracos. Porque fomos cruéis algumas vezes, aceitamos a decisão definitiva de que temos um coração de pedra. Porque sentimos inveja daquela amiga que amamos tanto, decretamos que não somos dignos de afeto. Porque tivemos de mentir para suportar uma verdade dura por demais, nos ajoelhamos diante da indiscutível descoberta de que não somos dignos de confiança.

E assim, vamos criando casquinhas na alma, feito aquelas casquinhas dos joelhos ralados na infância. Só que as casquinhas do joelho coçam, irritam, mas acabam sumindo. As casquinhas da alma grudam na gente pra sempre.

A gente precisa aprender a largar o chicotinho de culpa eterna!

A gente precisa se perdoar!

A gente precisa entender que nosso lado sombrio é que o mais precisa do nosso abraço e acolhimento para poder se curar. Para poder se transformar em outra coisa mais leve e mais fácil de amar.

A gente precisa entender que essa nossa gula de afeto é pura carência. E essa carência nos faz ver amor onde não existe e rejeição onde nunca existiu.

A gente precisa abrir os olhos da alma ferida para aceitar que somos falíveis e que tudo pode ser revisitado, curado e transmutado.

Porque não importa o quanto os outros nos amem, ninguém pode nos salvar de nós mesmos!

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

Recent Posts

Especialista em linguagem corporal desvenda significado de gesto do filho de Trump na posse

Barron Trump chamou atenção na cerimônia de posse do pai ao fazer um gesto curioso.…

17 horas ago

Filme romântico que chegou na Netflix vai aquecer seu coração e melhorar seu dia

Um filme doce, charmoso e divertido que oferece um descanso para o cérebro e faz…

19 horas ago

Pescadores se chocam ao descobrir restos mortais de criatura bizarra em pântano

Os pescadores dizem nunca terem visto nada parecido antes e descrevem o ser como "assustador"…

24 horas ago

Itens de luxo e viagens caríssimas: o que Fernanda Torres pode ganhar caso seja indicada ao Oscar

A atriz, que foi presenteada com mimos avaliados em até 1 milhão de dólares ao…

1 dia ago

Quem procurar quando você está desesperado e não sabe em quem confiar?

Quando enfrentamos momentos de desespero e não sabemos em quem confiar, a busca por ajuda…

2 dias ago

A importância da hidratação na rotina dos gatos

Você sabia que uma boa hidratação é fundamental para a saúde do seu gato? No…

2 dias ago