Por Marcela Alice Bianco
Vivemos num mundo que está sempre querendo encaixar as pessoas em rótulos, como se fossemos produtos à venda numa vitrine. E isso não é diferente quando o assunto é o feminino. Cada tempo e cultura ditou às mulheres um padrão a ser seguido, tentando apontar quais seriam as formas corretas de se comportar, de se vestir, de exercer a maternidade, de ser esposa, amante, amiga, filha ou funcionária. Mas, o que próprio tempo provou é que, “ser mulher” é algo que vai muito além de uma moda ou de uma ditadura.
Verdades são unilaterais e dependem do padrão de consciência de quem as coloca. Muitas verdades caem por terra e são substituídas todos os dias por outras que, aliás, também podem ser transformadas conforme nosso mundo interno e externo vai evoluindo.
Já houve época que “mulher de verdade” era a do tipo Afrodite, era a que usava o espartilho, era a Amélia, era àquela que vivia a maternidade, era a que dava conta de tudo…
E cada uma dessas mulheres de verdade foi deixando o podium, fazendo-nos intuir que ser mulher é muito mais complexo do que qualquer padrão possa definir.
Por isso mulher, não tenha como pretensão de vida ser uma mulher de verdade…ela não existe!
Não busque ser a “mulher da vida e dos sonhos” de alguém, mas busque apenas ser você. E se, isso lhe conceder a oportunidade de desfrutar de uma boa companhia para viver momentos de amor e cumplicidade aproveite. Mas, não espere que a outra pessoa seja o homem ou a mulher da sua vida, mas apenas que seja quem se é!
Não persiga um padrão de beleza, eles são inatingíveis já que nenhuma mulher consegue ser igual a outra. Muitas das exigências estéticas só nos afastam da nossa personalidade, do nosso próprio corpo e de quem somos de verdade. Não torture seu corpo com modismos passageiros e nem com a rigidez de uma verdadeira ditadora. Ao contrário, aprenda a reconhecer em si mesma aquilo que é belo e somente seu. Lembre-se que seu corpo é a sua casa e seu templo sagrado e, portanto, merece todo seu respeito e cuidado.
Não busque ser igual aos homens ou à outras mulheres que você admira, mas apenas reconheça suas habilidades e àquilo que você faz de melhor. O mundo precisa de boas engenheiras, contadoras, professoras, enfermeiras, atrizes, mães, cuidadoras, lutadoras, etc. Se você se dedicar àquilo que você faz bem, que te preenche existencialmente e que dá sentido à sua vida, então você merecerá a sua própria admiração.
Aliás, não busque ser “a melhor” em nenhum papel que você assumir, pois isso só gerará desgaste e frustração. O mundo não precisa das melhores mães, das melhores esposas, das melhores amantes, das melhores mulheres ou das melhores profissionais. O mundo precisa de pessoas capazes de nutrir, de acolher, de escutar, de agir com empatia e fazer o melhor que podem conforme suas aptidões e limites. O mundo precisa apenas de mulheres conscientes de sua feminilidade e de sua inteireza enquanto ser.
O mundo precisa de mulheres criativas, estabanadas, organizadas, carinhosas, ativistas, competentes, melindrosas, inseguras, amorosas, românticas…
O mundo precisa de Malalas, Cocos Channel, Michelles Obama, Nises da Silveira, Irmãs Dulce, Ladys Gaga. O mundo precisa de mulheres de todos os tipos. O mundo precisa de você!
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