Hoje em dia é muito comum dizermos que não temos tempo. O dia é sempre tão corrido que as pessoas precisam fazer verdadeiros malabarismos para conciliar cursos, trabalho, viagens, afazeres domésticos, academia,amigos e ainda assim não perder a namorada ou namorado. É realmente muito fácil dizer “eu não tenho tempo”.
Até certo ponto isso não deixa de ser verdade, mas você precisa lutar ferozmente contra isso se quiser se destacar profissionalmente. Leia o que Leo Babauta do Zen Habits uma vez escreveu:
“Algumas das pessoas próximas a você concordariam que seria legal você diminuir o ritmo, mas você simplesmente não pode… seu trabalho não deixa, ou você perderia dinheiro, ou é muito difícil pegar leve morando em uma cidade grande. Funcionaria se você morasse numa ilha tropical, ou em outro país,ou se tivesse um trabalho que lhe permitisse controlar sua agenda… mas essa não é a realidade.
Eu digo que é besteira.
Seja responsável pela sua vida. Se o seu trabalho lhe pressiona, tome as rédeas. Mude a forma como vocês faz as coisas e como trabalha. Trabalhe com o seu chefe pra fazer mudanças, se necessário. E se realmente houver a necessidade, mude de emprego. Você é responsável pela sua vida.”
“Você é responsável pela sua vida” é uma das maiores verdades da humanidade. Talvez não fosse tão verdade dois séculos atrás ou mesmo 50 anos atrás, mas hoje é. O que você faz ou deixa fazer sempre gera um impacto no futuro. (E esse é o problema, quando você se der conta, pode ser tarde demais.)
No último ano, uma mudança de emprego alterou a minha rotina de leitura. Durante 1 ano, eu li muito menos livros do que gostaria (e do que costumava ler). Continuava lendo muitos blogs, notícias e artigos, mas ver os livros parados na estante por 3, 4 até 6 meses realmente me frustrava. A falta de tempo era a desculpa. O fato de morar sozinho, sair do trabalho depois das 19h, ir para as aulas da pós-graduação, estudar para a pós-graduação, escrever para o blog e às vezes realizar algumas apresentações acabava deixando pouco tempo para fazer outras coisas que não eram “obrigação”, como sair com amigos, dar atenção à namorada, jogar videogame e ler. Não preciso dizer que a leitura era a mais sacrificada dentre essas.
Demorou um ano pra tomar vergonha na cara e perceber que se eu quero continuar crescendo profissionalmente, aprender coisas novas e também manter o bom nível de conteúdo no blog eu preciso ler. Ficar frustrado ou decepcionado comigo mesmo não ajuda em nada, eu precisava fazer alguma coisa.
Então, assumi um compromisso comigo mesmo: o de ler todos os dias pelo menos 5 páginas.Você pode pensar “só isso? Grande coisa”. Mas fazer isso ajudou a abrir um espaço na minha rotina supostamente “cheia demais”. Estabeleci duas regras para evitar que eu mesmo me boicote.
- Regra Nº1: Nunca deixar de ler as 5 páginas todo dia custe o que custar. (Se por algum desastre não for possível, esse número dobra a cada dia não lido. Mas o contrário não acontece, ou seja, ler 20 hoje não permite que você não leia amanhã.)
- Regra Nº2: Nunca parar no meio de um tópico ou subcapítulo.
Escolhi 5 páginas porque pode ser feito em qualquer lugar e todos os dias, sem desculpas. Se eu definisse 20 páginas, com certeza iria boicotar algum dia. E não é raro eu ler 12 ou 15 páginas em um dia de semana (número que costuma aumentar no final de semana). A razão para a regra nº2 é que parar no meio prejudica a linha de raciocínio quando você retoma a leitura no dia seguinte. E mais, força você a ir além das 5 páginas.
Acredito que isso faça a diferença na sua vida e na sua carreira. Como disse Tom Peters: “Eu realmente acredito que uma das chaves para o sucesso é ler mais do que outros“. 5 páginas por dia significam 1800 páginas por ano ou quase 1 livro por mês. Levando em conta que o brasileiro com curso superior lê 8 livros por ano, ler 12 lhe coloca em uma posição de vantagem, exatamente como Tom Peters sugere. E esse é o número mínimo porque se você não boicotar nenhuma regra, facilmente passará as 2600 paginas. Se ler 10 páginas em vez de 5, serão 3600.
O bom disso é que você tem um piso, não um teto. É provável que algum livro lhe empolgue o suficiente pra você ler dezenas de páginas de uma vez só, aumentando o número. O contrário também costuma acontecer, o livro não era tudo o que você imaginava ou o capítulo não lhe é útil; sinta-se livre para pular. O objetivo é adquirir conhecimento, não provar para alguém que você leu.
Como qualquer técnica de auto-desenvolvimento, é preciso que você seja responsável. Você é o professor e o aluno. Como eu fiz questão de enfatizar, se você deixar de fazer, está boicotando a si mesmo e à sua carreira. Você é responsável pela sua vida, não se esqueça disso. Nunca!
Por Sylvio Ribeiro
Fonte indicada: Pequeno Guru