Em um ambiente no qual muitas crianças ou adolescentes convivem, é natural que ocorram conflitos. Conflitos são parte do processo de socialização. Ocorrem disputas, por espaço social, por popularidade ou por atenção, na busca por encontrar e desempenhar um papel nos locais de convivência.
Como ainda estão em formação, crianças e adolescentes precisam poder contar com a mediação dos adultos envolvidos nesses ambientes, sejam eles a própria casa ou um espaço de convivência, como a escola ou o clube. Os pais têm enorme e intransferível responsabilidade na formação do caráter social de seus filhos. É preciso ficar atento a alterações de comportamento e manifestações emocionais. No entanto, os pais não são as únicas referências para os menores; crianças e adolescentes espelham-se em modelos de comportamento oferecidos tanto por adultos, quanto por seus pares de convivência social. Entretanto, verdade seja dita: é da família a responsabilidade de formação do caráter dos jovens e das crianças.
Uma questão extremamente séria é perceber ou descobrir que seu filho, ou filha, está envolvido em situações ligadas a provocações, humilhações e o sofrimento de outros. Crianças e jovens podem provocar colegas com a intenção legítima de brincar, colocando-se numa postura aberta de serem igualmente provocados. Nessa situação, todos os envolvidos têm a possibilidade de se divertir.
No entanto, podem ocorrer provocações ofensivas, com a explícita intenção de causar desconforto no outro. Algumas crianças e jovens podem ser alvos fáceis dessas provocações, por destoarem dos padrões estabelecidos de peso, altura, aparência, jeito de falar. Neste caso, aqueles que provocam podem, com o tempo, perder de vista o quanto pode ser doloroso ser caçoado; podem, inclusive passar a sentir prazer em provocar o constrangimento, seja para sentir que tem algum poder ou para ser notado.
Portanto, caso percebam que seus filhos possam estar envolvidos nesse tipo de situação, quer seja por provocar ou ser provocado, é indispensável procurar entender motivações e padrões de comportamento. E, tomando conhecimento, é preciso agir. Em ambas as situações, os filhos estão precisando da presença concreta da família. Eximir-se dessa responsabilidade é abrir mão do papel de orientar o processo de formação dos filhos.
Atentos ao comportamento dos menores, os adultos conseguem perceber sinais importantes que podem revelar que algo não vai bem. Algumas vezes, pode acontecer da pessoa ter naturalmente atitudes que atraem a atenção do grupo, conquistando de forma intencional ou não, uma maior popularidade. Nesse caso, é possível que, junto com a admiração venham sentimentos bem menos nobres, como a inveja e o ciúme. Assim, essa exposição pode colocar essa pessoa em situação de alvo da irritação de outros que não desfrutem do mesmo aparente sucesso junto aos demais.
Crianças e jovens que convivem com tratamentos agressivos, explícitos o não, sejam eles os agredidos ou os agressores, apresentarão alterações sensíveis em seu comportamento que, a depender de sua personalidade pode manifestar-se de diferentes formas: introspecção e desejo de ficar só; choro fácil e hipersensibilidade ao meio; irritação; uso de vocabulário incomum e inapropriado; alienação; rejeição ao afeto dos familiares e pessoas mais próximas; sintomas físicos, como dores, unhas roídas e até ferimentos auto-inflingidos.
Uma vez confirmado o envolvimento em situações de conflito relacionado às provocações, é indispensável que os adultos se preparem e se organizem para intervir e mediar, ajudando os menores a compreender, refletir e ressignificar seus comportamentos, encaminhando-os para o estabelecimento de relações mais saudáveis.
É fundamental que os adultos planejem formas de promover a reflexão tanto dos agressores quanto dos agredidos. Algumas questões podem auxiliar na tomada de consciência, ajudando os dois lados afetados a interromper o processo automático de sofrimento que pode já ter se instalado. Eis algumas sugestões: “como me sinto ao provocar/ao ser provocado?”; “o que observo no outro quando provoco/sou provocado?”; “o que o outro parece sentir?”; “qual a minha motivação?”; “o que eu gostaria de saber sobre o outro que não sei?”; “essa pessoa que me agride ou a quem eu agrido tem qual importância para mim?”; “que tipo de punição eu espero?”; “eu quero continuar com isso? por quê?”.
Tão importante quanto ajudar a administrar as situações de provocação que envolvem sofrimento é compreender que os conflitos são parte preciosa do processo de desenvolvimento. Pensar e agir de forma diferente é natural e saudável. A diversidade de posturas, aparências, crenças, opiniões e comportamentos é o que torna as relações interessantes, desafiadoras e complementares. Assim, é preciso acreditar e defender um comportamento social, segundo o qual, fazer o outro sofrer não pode, em hipótese nenhuma, ser fonte de prazer ou estratégia para aplacar o desconforto de uma auto-estima frágil e deformada.
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