Qual a nossa responsabilidade no uso das redes sociais?

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A internet é utilizada diariamente por 3,2 bilhões de pessoas no mundo, mas será que sabemos utilizá-la com responsabilidade e ética?

Infelizmente, tornou-se “comum” ouvir, nos noticiários, que jovens se suicidaram por não aguentarem a pressão das redes sociais e aplicativos virtuais, assim como às vezes ouvimos que pessoas foram consideradas culpadas por algo que nem cometeram.

É difícil imaginar a dimensão que fotos, vídeos e palavras podem alcançar, quando circuladas em redes sociais, tal como aquela famosa corrente que vai sendo passada de um para o outro e, de repente, já “viralizou”, alcançando milhares de pessoas.

A grande maioria dos suicídios relacionados à internet é de adolescentes mulheres que foram vítimas de pessoas com que se relacionavam. Geralmente, quem coloca fotos ou vídeos nas redes e aplicativos são homens e têm participação nestes. Adolescentes e adultos jovens têm poucos recursos mentais para lidar com a pressão e o bullying que a internet pode trazer, pois a adolescência é uma fase em que precisamos ser aceitos e reconhecidos pelo grupo a que pertencemos.

Para ajudar na reflexão e orientação dos adolescentes no uso ético e responsável da internet, seguem 8 tópicos:

  1. Coloque-se no lugar do outro. Exerça a empatia: Se eu recebesse essa mensagem que eu encaminhei para o “outro”, como eu me sentiria?
  2. A notícia que eu recebo e quero compartilhar é verdadeira? Sabemos que há sites especializados em espalhar notícias falsas e que ganham muito dinheiro com isso. Por que não investigar sobre a veracidade da informação que quero transmitir?
  3. Qual a real intenção de compartilhar fotos e vídeos de acidentes? Infelizmente, é muito comum recebermos esse tipo de vídeo, mas não devemos compartilhá-los; além de não acrescentar em nada, lembremos que há famílias vivendo uma perda. Precisam de acolhimento, ao invés de exposição;
  4. Ter conta em sites de relacionamento não me faz especialista em todos os assuntos. Não somos capazes de opinar sobre todos os assuntos, entretanto, muitas vezes, falamos sobre política, artes, gastronomia, história, cinema etc. Talvez se opinássemos sobre o que realmente sabemos, nossas opiniões não seriam tão vazias e fariam mais sentido para muitas pessoas as que lêem;
  5. Espalhar boatos na internet causando pânico na população é crime. O ato de não verificar se as informações que queremos repassar são verdadeiras pode causar medo e, na maioria das vezes, são notícias falsas;
  6. A liberdade de expressão é muito diferente do falar de forma irresponsável. Não podemos falar tudo o que pensamos sobre o outro ou uma situação somente de um ponto de vista, sem contextualizar a situação;
  7. Lembre-se de que as palavras podem ferir e ajudar a espalhar determinados conteúdos inverossímeis e inverídicos na internet;
  8. Nunca se esqueça de que devemos ter ética e responsabilidade sobre todos os conteúdos que compartilhamos.

 

Enfim, trata-se de um assunto de grande importância, ou seja, precisamos refletir sobre o modo que estamos usando diariamente a internet. Todos nós.







Psicóloga com especialização em Psiquiatria e Psicologia da Infância e da Adolescência e em Psicoterapia Psicanalítica Breve. Mais de 10 anos de experiência. Atendimentos presenciais e online.