Ana Macarini

Quando a boca fala, o corpo sara!

Cada vez que a nossa boca cala uma ofensa, uma desavença ou um maltrato, o nosso corpo absorve toda a energia densa do que deixou de ser dito.

Os silêncios vão virando toxinas emocionais que, com o tempo viram dores físicas ou psíquicas que, diluídas nos dias vão perdendo a conexão com a sua origem e ficando casa vez mais difíceis de serem curadas.

Esse lixo psicológico precisa desaguar de nós. Precisa da nossa permissão para ser excluído, vazado, destruído em cinzas e, enfim, se apartar de nós.

Somos verdadeiras cebolas, cuja essência germinativa foi sendo sobreposta por camadas e mais camadas de crenças impostas de fora para dentro, baseadas em verdades sociais.

Essas camadas vão nos sufocando pouco a pouco, até que um dia já nem nos lembramos mais do que é realmente feito o nosso núcleo emocional.

Há inúmeros caminhos terapêuticos por meio dos quais podemos alcançar a cura. Basta estarmos dispostos a largar o peso e desapegar da dor.

1. Psicanálise

Filha de Sigmund Freud, a Psicanálise segue firme e ganha sempre mais adeptos, tanto entre os Psicoterapeutas, quanto entre os pacientes. Durante as sessões de Análise, o paciente deita em um divã, de costas para o terapeuta. E, assim, sente-se à vontade para falar sem amarras. O objetivo aqui é guiar a pessoa em seu processo psicanalítico para que, por conta própria, realize insights, sobre suas problemáticas, sendo capaz de compreender-se e encontrar caminhos para modificar o que não esteja bem.

A Psicanálise dura muitos anos, podendo ser feita em períodos semanais ou até mesmo quatro vezes por semana, a depender da gravidade. Este tipo de terapia é indicado para aqueles que possuem problemas emocionais crônicos ou para aqueles que desejam conhecer-se mais profundamente.

2. Jungiana

Baseia-se principalmente na interpretação dos sonhos, por meio dos quais o analista auxilia o paciente a descobrir respostas para suas dores e incômodos. Pode lançar mãos de desenhos também, e das miniaturas em caixa de areia, para a montagem de cenas e situações. Terapeuta e paciente conversam sobre tudo; mas a conversa é conduzida pelo profissional, com o objetivo de desvendar e solucionar questões emocionais.

A periodicidade é variável e o tratamento, assim como na Psicanálise, pode durar vários anos. A Terapia Jungiana é indicada para aqueles que buscam conhecimento profundo acerca de si mesmo.

3. Lacaniana

Trata-se de uma terapia clássica e de atuação forte e profunda. Não se estabelece uma pauta previamente. O Terapeuta é treinado para perceber em falas irônicas ou frases ditas “ao acaso”, atos falhos de seus pacientes. Ou seja, tem muito a ver com os “não ditos”, ou aquilo que parece ser superficial, mas não é. A interpretação dos sonhos também constitui uma ferramenta Lacaniana para acessar o inconsciente e alcançar a compreensão dos problemas.

Funciona muito bem para aqueles que querem exercitar o autoconhecimento. Não se aplica a questões urgentes.

A Terapia Lacaniana varia em periodicidade e também no tempo de duração de cada sessão, podendo durar de quinze minutos a mais de uma hora. O terapeuta escolhe um momento específico da sessão que pode gerar insights futuros, seja pela profundidade da fala ou pela relevância.

4. Cognitivo-Construtivista

Busca analisar a relação entre pensamento e ação, bem como suas motivações. Procura avaliar o papel do Sistema Nervoso Central e seus processos, na solução de problemas que, em outros tipos de terapia, seriam vistos apenas como questões psicológicas.

Aplica-se a pacientes portadores de lesões ou danos neurológicos, bem como vítimas de processos degenerativos ou distúrbios de aprendizagem.

Há pacientes que procuram este tipo de terapia para otimizar estruturas intelectuais em situações específicas de estudo, como Vestibulares ou Concursos.

O tempo de duração varia de acordo com o tipo de questão apresentada.

5. Analítico-Comportamental

Segue os preceitos do Behaviourismo, aplicando mecanismos de repreensão diante de comportamentos indesejados e reforços positivos para ajudar a instalar e manter comportamentos esperados.

Funciona muito bem para tratar ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e transtornos de aprendizagem.

O Terapeuta utiliza até dez sessões para fazer uma avaliação. E, depois de feito o diagnóstico, seguem-se sessões semanais de tratamento, que podem durar desde alguns meses até anos, a depender da gravidade das questões apresentadas. O processo de encerramento leva três sessões.

6. Cognitivo-Comportamental

Tem como objetivo transformar pensamentos limitantes e destrutivos como “Sou péssimo nisso!” em pensamentos reflexivos e pró ativos, como “Ainda não consigo fazer isso, mas posso conseguir se…”. A ideologia aqui baseia-se no fato de que o ser se transforma e transforma seu entorno a partir de comportamentos conscientemente modificados.
Atende muito bem pacientes com problemas pontuais, como perdas, insônia, obesidade, tabagismo; pois garante a extinção de comportamentos indesejados. O tempo de duração varia em torno de vinte a trinta sessões, dependendo da questão trazida pelo paciente.

7. Gestalt-terapia

Aqui os pacientes são analisados pelo terapeuta a partir das relações que estabelece em seus meios de convívio social, como local de trabalho, ambiente familiar, relações de amizade e amorosas. O profissional é treinado para localizar indícios de problema por meio da análise gestual, postural, tom de voz e expressões faciais. O tratamento terapêutico é pautado no presente. E, não no que já passou.

A Gestalt-terapia é indicada para pessoas que sentem-se desmotivadas, estagnadas e entediadas com sua própria vida, pois essa terapia acredita que essas travas na evolução são frutos de um relacionamento não funcional com o entorno.

Pode durar alguns meses ou anos, a depender da evolução do paciente.

8. Psicodrama

Esta é uma Terapia em grupo, onde cada paciente encena os problemas pelos quais esteja passando. O grupo reflete, discute, questiona e avalia os sentimentos de todos os participantes durante a vivência. Os praticantes de Psicodrama garantem que os sentimentos externados por meio da dramatização, tornam as emoções visíveis e mais fáceis de serem compreendidas e tratadas.
O Psicodrama é indicado para todos aqueles que, em algum nível, têm dificuldades em colocar para fora seus sentimentos ou emoções. Mesmo que seja tímido, o paciente se veneficia das dramatizações encenadas por seus colegas de Terapia.

A duração varia de meses a anos. A periodicidade é semanal.

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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