O acúmulo de compromissos e a sobrecarga de responsabilidades exigem energia e equilíbrio emocional, e atenção constante para o cuidado da saúde, para que o indivíduo não sucumba a doenças, como o estresse. A menos que pertença a uma ordem monástica e viva em clausura, uma pessoa será submetida a fatores estressantes, resultantes de pressões internas e externas. Mesmo indivíduos aparentemente calmos e equilibrados sofrem o efeito de situações que requerem respostas e reações que mexem com todo sistema corpóreo.
As causas do estresse são mudanças inesperadas de rotina e estilo de vida (casamento, emprego, cidade); luto, separação, desemprego; cansaço devido a sobrecarga de trabalho e falta de descanso em finais de semana (levar tarefas para casa), somado a falta de férias (não se ausentar do trabalho por algum motivo); problemas de sono, que acabam se tornando causa e consequência de estresse; solidão, isolamento; problemas financeiros; ambiente de trabalho insalubre (tensão, prazos curtos, alterações no planejamento).
Estresse não tem idade. Nas crianças, pode se desenvolver por problemas familiares (brigas constantes, ambiente tenso), separação dos pais ou luto (perda de pessoa significativa ou mesmo de um animal de estimação) ou conflitos na escola (bullying). Excesso de cobrança por desempenho, agendas cheias com cursos de idiomas, computação, prática de esportes, e pouco tempo para brincar interferem no crescimento saudável, fazendo com que a criança se defronte com questões acima de sua capacidade de resolução e experimente angústia. Crianças e adolescentes podem sofrer de doenças como ansiedade e depressão, que até há pouco tempo se manifestavam apenas em adultos.
Os sinais de estresse vão de queda de cabelo à baixa da imunidade; dores de cabeça constantes e dores no corpo pela contração da musculatura; problemas dermatológicos, como herpes; problemas digestivos, como azia e refluxo; esgotamento; lapsos de memória (esquecer compromissos, pagamento de contas) e dificuldade de concentração; insônia; medo, nervosismo e impaciência até em relação a pequenos aborrecimentos. Com a piora do estado, a pessoa fica à beira de um ataque de nervos e se torna uma bomba prestes a explodir. Tentando relaxar, o indivíduo pode adotar hábitos que só pioram a situação, como consumo excessivo de café e abuso de tabaco, álcool e drogas. E um dos efeitos do estresse é o ganho de peso, por alterações hormonais e descuido da alimentação.
O estresse é uma reação psicológica, física, mental e hormonal em resposta a um evento e se torna prejudicial quando o organismo é exposto a ele continuamente, levando o indivíduo a ultrapassar seu limite de recuperação e a esgotar sua capacidade de adaptação, impedindo-o de relaxar após a tensão. A imagem que pode ilustrar este processo é a de uma pessoa franzina obrigada a carregar algo que pesa toneladas, sem ajuda ou descanso, por longo tempo. Isto é o estresse: algo do qual não se pode escapar, uma batalha pela sobrevivência, muitas vezes, mas que, se não tratado, leva a problemas físicos e psicológicos.
Muitas vezes, o estresse origina-se de uma sucessão de sonhos que não se realizam, projetos que fracassam, sujeição a uma vida sem cor, sem graça, sem alegrias, que se transforma numa espiral de infelicidade e frustração. Uma das grandes fontes de sofrimento das pessoas é a forma como elas encaram a vida, que inclui a importância que dão a acontecimentos que não merecem atenção, e ao apego a situações, pessoas e emoções tóxicas; a dificuldade de expressar sentimentos, desejos e necessidades, o que prejudica os relacionamentos; buscar fora de si mesmo as respostas e saídas para dúvidas e medos, uma rede de apoio é fundamental, mas não substitui o autoconhecimento. Relaxe, reflita, mude o que for preciso, cuide da autoestima e seja agradecido são alguns passos para se ter uma vida mais plena.