Imagem de capa: superelaks, Shutterstock
Com todo respeito à superstição alheia, esse negócio de discriminar os gatos pretos já deu, né? Enquanto evitamos cruzar o caminho dos felinos de pelagem negra, uma multidão de mulas, antas e outros animais de péssimo caráter atenta contra a nossa sorte todos os dias e nós fingimos nem perceber.
No trânsito, animais de teta se habituaram a romper o sinal vermelho, ignorar os limites de velocidade, ultrapassar outros veículos em trechos proibidos. E se acontece uma desgraça, um crime é tratado como acidente, imprevisto, falta de sorte, essas coisas que acontecem quando o motorista cruza com um gato preto no caminho.
Uma moça de minissaia é estuprada numa festa e uma manada de imbecis concorda que a culpa do crime é dela própria. Quem mandou usar a roupa errada no lugar errado? Então o rebanho baba de aprovação, os números da violência galopam montanha acima e os jumentos rebusnam que isso tudo é porque a bruxa está solta.
Roubaram seu carro e ele não tinha seguro? Escolheram outra pessoa para o emprego que você queria porque o seu inglês é fraco? A pessoa amada cansou da sua companhia e foi embora? Liga não. É só uma fase de má sorte.
A mesma de muitas moças que, pressionadas pela sociedade, as convenções, o “relógio-biológico” e, quase sempre, por suas próprias famílias, casam-se com o primeiro “bom moço”, um príncipe encantado que depois se transforma num sapo enorme e violento com mania de agredi-las na privacidade de suas casas. Má sorte. Não há o que fazer senão fugir dos gatos pretos que enchem as ruas por aí.
Mas eu aposto em qualquer jogo de azar e ganho: neste instante, em algum celeiro com ar-condicionado e piso de mármore, um asno com cargo público, eleito por nós mesmos, está tramando com seus pares um jeito “legal” de aumentar o próprio salário, ainda que tire o dinheiro da saúde, da educação, da segurança e, claro, torne pior a vida de milhões de cidadãos comuns a quem só falta um pouquinho de sorte.
Acredite. As bestas quadradas e as mulas ignorantes, os asnos homofóbicos, as amebas machistas e os políticos cachorros dão muito mais azar do que toda a população de gatos pretos do mundo. Deixemos os bichinhos em paz!
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