Esse negócio de mulher racional, do tipo que marca hora para dizer eu te amo, que escolhe milimetricamente cada palavra, é para homem frouxo, que tem medo de ser amado. Que me perdoem as equilibradas, mas eu prefiro as “loucas”.
Mulher boa é mulher que grita, chora e diz que ama. Aquele tipo de mulher que não perde a oportunidade de fazer um drama. Mas não qualquer um. Um drama daqueles que te prende do começo ao fim, sem direito a intervalos comerciais.
Mulher boa é mulher que pega no pé, que reclama da toalha em cima da cama. Aquele tipo de mulher que não tem medo da reação do outro. Não tem medo de ser cobrada. Ela ama e, portanto, quer se esforçar, quer chamar a atenção, quer que você seja mais do que tem sido, mais do que demonstra, mais do que flores sem cartão.
Mulher boa é mulher que pega a gente no colo, que saboreia cada gesto de amor até lamber os dedos. Aquele tipo de mulher que faz questão de mostrar que é louca por você, que abraça sem medo de se perder, que se joga de cabeça, que reclama da ausência, que declara seu amor nas madrugadas.
Mulher boa é mulher geniosa, que ama, mas faz questão de mostrar que é dona do seu nariz. Aquele tipo de mulher que não vive sem seu chocolate preferido, que faz questão de desafiar, que bate e afaga ao mesmo tempo, que não se preocupa com críticas, que diz que te odeia, mas não vive sem você.
Mulher boa é mulher que nos tira do sério. Aquele tipo de mulher que faz perder o sono, que faz queimar neurônios, que intriga, que instiga, que sorri para acalmar as tempestades do coração.
Mulher boa é mulher temperamental, que não permite abafar o que sente. Aquele tipo de mulher que canta de um jeito irritante, que conta piadas sem graça, que fala sem parar, que deixa qualquer um loucamente apaixonado, porque nada pior para um homem do que o silêncio de uma mulher.
Mulher boa é mulher indecisa, que não sabe que vestido usar. Aquele tipo de mulher que se atrasa, que come biscoito com café, que mistura brigadeiro com beijinho. É forte e frágil. Sabe conjugar risos e soluços como ninguém. Daquelas que fazem da sabedoria masculina uma simples aprendiz. Que, em meio a toda confusão, só tem a certeza de que nos ama.
Mulher boa é mulher passional, do tipo que explode, que não fica de braços cruzados, que vai lá e fala o que sente, de forma espontânea. Aquele tipo de mulher que não se esconde do perigo, que arrisca, que nos bota na parede e nos diz umas verdades. Daquelas que não se entregam pela metade: ou leva o fruto e tem o trabalho de tirar as sementes, ou deixa no pé.
Mulher boa é mulher que usa batom vermelho. Aquele tipo de mulher que te faz trocar as palavras, que te faz mudar de caminho, que te faz ler Shakespeare. Daquelas que te fazem chorar com filmes de romance. Que te fazem mais sensível, que te livram da obrigação de ser “machão” o tempo todo. Que impõem os seus caprichos, mas se dobram quando recebem flores.
Mulher boa é mulher louca. Louca por nós. Aquele tipo de mulher que assume que ama, que faz questão de gritar pelos quatro cantos esse amor. Daquelas que sentimos o cheiro com o vento, que nos fazem comprar algodão doce na rua, que fazem rir. Que, quando choram, fazem reféns sem direito a fuga.
Mulher boa é mulher a que a gente se entrega. Aquele tipo de mulher que precisaríamos de outra vida para demonstrar o quanto sua presença faz da vida um lugar mais divertido. Daquelas que choram? Sim. Daquelas que gritam? Sim. Daquelas que sentem, que nos desarmam e que nos fazem querer ter um amor para se prender.
Se as mulheres mais equilibradas ou, talvez, que me achem machista, discordam do texto, por favor, perdoem-me. São apenas devaneios tolos, escritos em um chão de giz, com marcas de um coração que quer ouvir mais eu- te- amos, sem medo de se prender ou dese decepcionar. Todavia, ainda assim, posso estar errado e, se estiver, mais uma vez, perdoem-me, mas eu prefiro as loucas.
Imagem de capa: Wallenrock/shutterstock