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Quênia instala primeira usina solar que transforma água do oceano em potável

Atualmente, estima-se que 2,2 bilhões de pessoas (28% da população mundial) não possuem o devido acesso à água potável, o componente mais básico e fundamental da vida. Paradoxalmente, isso ocorre em um planeta coberto por 71% de água, em grande parte, dos oceanos.

Eis aí o grande desafio para o futuro da humanidade: como transformar a água do mar, salgada, em potável? Talvez a resposta esteja localizada em uma pequena cidade do Quênia, no leste da África.

Lá, começou a funcionar uma estação de tratamento que usa a energia do Sol para converter a água salgada em doce. A inovadora instalação foi desenvolvida pela ONG GivePower.

O plano piloto tem melhorado a vida dos moradores de Kiunga, uma pequena cidade do país africano, que faz fronteira com a Somália, no chifre continental. A ONG procura reproduzir a tecnologia em outras partes do planeta.

Uma em cada três pessoas não tem acesso à água potável, de acordo com um relatório publicado há menos de dois meses pela UNICEF e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tais condições são ainda mais precárias na África Subsaariana. É por isso que a região foi escolhida para instalar a primeira usina solar que transforma a água salgada do Oceano Índico em potável. Ela está em operação desde o ano passado.

Kiunga é o nome da cidade fundada por pescadores em que o projeto está operando com sucesso. Foi financiado pela organização sem fins lucrativos GivePower. Com o sucesso do protótipo, a organização está planejando replicá-lo em outros países, como o Haiti e a Colômbia.

Uma usina de dessalinização típica consome uma quantidade enorme de energia e o processo é caro. Ela só pode operar em vastas áreas com distribuição constante de energia para operar.

A GivePower resolveu esse desafio usando uma tecnologia chamada “fazendas solares de água” (tradução livre para ‘solar water farms’), que envolve a instalação de painéis solares que podem produzir até 50 quilowatts de energia, baterias Tesla de alto desempenho para armazená-lo e duas bombas hídricas que operam 24 horas por dia.

O sistema pode gerar água potável para 35 mil pessoas diariamente. Além disso, de acordo com a GivePower, a qualidade da água é superior a de uma usina de dessalinização típica. Mais: o impacto ambiental é consideravelmente menor do que o método tradicional, que descarta os resíduos salinos – nocivos para animais e plantas – de maneira irregular.

Até 2025, metade da população do planeta viverá em áreas que enfrentam escassez de água. Assim, a reutilização de águas residuais para recuperar nutrientes ou energia é uma estratégia central.

O mesmo vale para o tratamento da água do mar. Apenas 2,5% da água disponível do planeta é doce, número que está diminuindo devido ao aquecimento global, que causa o derretimento lento, mas progressivo de geleiras e icebergs.

Ciente deste desafio, a GivePower já começou a instalar painéis solares em mais de 2.500 escolas, empresas e instituições filantrópicas em 17 países, e está arrecadando dinheiro para financiar a construção de “fazendas solares de água” em países subdesenvolvidos que enfrentam a seca, de modo a melhorar a saúde e qualidade de vida dessas populações.

 

Com informações de Razões para Acreditar

 

Ana Carolina Conti Cenciani

Ana, 20 anos, estudante de Artes Visuais na UNESP de Bauru. Trago aqui matérias que são boas de se ler.

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