Bom, nem tudo eram flores, claro! O caminho da autonomia é um caminho árduo, que dirá para quem escolhe a arte como meio de vida, mas nada, nada poderia substituir aquilo.
Muitas coisas vivi de lá pra cá, e a música foi se distanciando do meu cotidiano por N motivos, mas sinto um vazio cada vez que assisto a um show. Como se algo me corroesse por dentro e a alma me cobrasse esta alegria.
Me lembro da minha avó que foi violinista dos 8 aos 87 anos.
Ela era spalla do Conservatório de Música e da Orquestra da Escola Nacional de Música. Aos 80 ficou viúva. Fiquei preocupada achando que não iria resistir muito tempo sem meu avô, mas eis que o violino a salvou.
Aos 87 a obrigaram a se aposentar, daí em diante vi seu declínio lento e doloroso. Viveu até os 99 e foi perdendo a memória aos poucos. Nunca mais teve interesse na vida. Sua maior preocupação diante da morte, me dizia: Será que tem música no céu ?
– Espero que sim. Eu sempre respondia.
Nunca deixei de estar atualizada no que diz respeito a música e de um ano pra cá, Bruno Mars me fascina. O homem canta, dança, compõe, toca guitarra, bateria e piano como ninguém, ninguém.