Uma pandemia é uma epidemia descontrolada que se espalha pelo mundo. E é o que está acontecendo com a razonite, que tem se alastrado por todos os continentes de uma forma assustadora.
A pandemia de razonite é um problema sério, que afeta cada dia mais pessoas e que põe em risco o bem-estar de toda a humanidade.
Razonite é uma doença altamente contagiosa que causa uma inflamação da razão e disfunções cerebrais sérias, além de um desequilíbrio emocional que torna as pessoas agressivas, intolerantes e impacientes. Sua principal característica é um forte impulso de querer sempre ter razão, custe o que custar.
Pessoas que sofrem de razonite comportam-se de maneira pouco sociável, são provocativas, hostis, com tendências coléricas e insultuosas.
Em estágios mais avançados, o transtorno pode levar à perda de qualquer senso de realidade. A capacidade de comunicação e a empatia do paciente são extremamente limitadas ou completamente perdidas e, não raramente, se registra uma propensão à violência verbal e psicológica ou mesmo física.
Porque pode se alastrar, contagiando mais e mais gente e nos colocando numa situação na qual todos achariam que têm razão, atacando uns aos outros e destruindo a si mesmos e tudo que há de bom neste mundo.
Mais problemático ainda é quando a enfermidade atinge pessoas com papel-chave na sociedade, como políticos, jornalistas, professores ou qualquer um que tenha acesso ao poder ou grande influência sobre outras pessoas.
Quem sofre de razonite costuma apresentar os sintomas listados a seguir:
A infecção com a razonite ocorre normalmente já dentro de casa, na família, que muitas vezes já tem a enfermidade e a passa para as crianças.
Uma infecção pode ocorrer também mais tarde, em outros meios sociais, como no círculo de amizades, no trabalho ou mesmo numa igreja, seita ou em grupos ideológicos.
Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Razonite (Razonite International Research Institute), redes sociais como Facebook são hoje o principal canal de infecção da doença. Dr. Robert Stopandthink, diretor do instituto, relata que as redes sociais têm contribuído de uma forma extrema para que esse transtorno se espalhe rapidamente pelo planeta.
“A pessoa, que muitas vezes já carrega consigo uma predisposição para a razonite, entra numa rede social, participa de alguma discussão com pessoas infectadas e passa a pensar e agir como elas, aceitando os delírios de outros enfermos como se fossem seus e querendo ter razão de qualquer maneira, não medindo esforços para isso e se sentindo dono exclusivo da verdade”, explicou Robert Stopandthink.
Um dos problemas da razonite é que ela não surge sozinha. Pessoas que se contaminam com esse mal normalmente já tinham o organismo afetado por outras infecções.
É muito comum, por exemplo, que pessoas com razonite tenham se contaminado anteriormente com o vírus vaidadis imbecilis, que causa um excesso de vaidade e egocentrismo anormal.
Estudos indicam que muitos pacientes com razonite carregam também consigo uma bactéria chamada complexus fragilis, adquirida ainda na infância (essa bactéria é normalmente passada aos filhos pelos pais) e que é responsável pelo complexo de inferioridade que igualmente acomete essas pessoas.
A razonite é um transtorno que atinge normalmente pessoas em idade adulta e não deve ser confundida com o comportamento birrento de crianças, mesmo que alguns sintomas sejam muito semelhantes.
O tratamento da razonite é difícil, principalmente porque demora muito até que o paciente perceba que foi infectado (muitos terminam levando toda sua vida sem perceber que têm o transtorno). Tentativas de pessoas próximas ao paciente de alertá-lo sobre seus sintomas claros são ignoradas ou vistas por ele como uma afronta que deve ser combatida.
Indicada como parte importante do tratamento da razonite seria uma psicoterapia, no intuito de ajudar o paciente a reconhecer que sofre da enfermidade e entender quando foi infectado e que estratégias poderiam ajudá-lo a recuperar o tempo e o desenvolvimento perdidos por causa da doença.
Outro tratamento, infelizmente nem sempre eficaz, seria confrontar o paciente com seu comportamento e com as bobagens que anda dizendo e escrevendo por aí. Isso nem sempre funciona por causa da teimosia e da tendência ao vitimismo do paciente (ao ser confrontado com a realidade, ele se sentirá atacado e tentará assumir o papel de vítima!), mas principalmente por causa do narcisismo, que também é um sintoma comum desse distúrbio.
A terapia mais eficaz é o tratamento de choque: o paciente é trancado em um recinto fechado, sem janelas, juntamente com várias outras pessoas também infectadas com razonite e em estado mais grave que o dele. Depois de passar uns dias batendo boca (e a cabeça!) com os outros, o paciente termina esgotando toda sua energia de “dono da verdade” e tem a chance de perceber que algo está errado, de reconhecer o absurdo do próprio comportamento e, assim, começar a mudá-lo.
Quanto mais cedo o paciente reconhecer que está afetado pela doença, maiores são suas chances de cura.
Especialistas têm observado que pacientes de idade mais avançada, que não raramente já carregam a razonite consigo por muitas décadas, têm uma maior dificuldade de admitir que estão transtornados, já que os sintomas teimosia e perda do senso de realidade tendem a aumentar com o tempo.
Algumas pessoas que sofrem de razonite se encontram num estágio tão avançado que não têm mais chances de cura. Um diálogo não é possível, qualquer forma de tratamento/ajuda é recusada pelo paciente e insistir pode fazer com que ele parta para a violência.
Nesses casos, Dr. Robert Stopandthink recomenda a isolação da pessoa afetada, devendo-se evitar qualquer forma de contato, já que a vida é muito curta para ficar se ocupando com gente contaminada pelo mal de querer ter razão o tempo todo. Sem falar do risco de se contagiar e se tornar um deles.
O PROBLEMA DO MUNDO DE HOJE É QUE AS PESSOAS INTELIGENTES ESTÃO CHEIAS DE DÚVIDAS E AS PESSOAS IDIOTAS ESTÃO CHEIAS DE CERTEZAS.
Charles Bukowski
Imagem de capa: Kues/shutterstock
Publicação original deste artigo no site Caminhos em 01 de junho de 2017
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