Por Sílvia Marques
O brilho das coisas não está realmente nas coisas em si, mas no valor que atribuímos a elas. Somos nós que significamos as pessoas , os objetos , as relações , os lugares , as profissões. O que é liberdade para uns, é solidão para outros. O que para uns é um relacionamento afetuoso, para outros é um relacionamento sufocante. O que pode ser um trabalho instigante para alguns , pode ser muito estressante para outros. O que pode ser considerado tranquilo para algumas pessoas , pode ser visto como tedioso por outros.
Um artigo hoje me inspirou a escrever o atual post. O artigo define o conceito de humildade , diferenciando-a de baixa autoestima. Sim, ser humilde não significa se depreciar. Ser humilde significa reconhecer as próprias virtudes e os próprios defeitos. Mais do que isso: é reconhecer o brilho alheio. É entender que por mais brilhantes que sejamos, as outras pessoas também brilham, também realizam, também fazem coisas importantes.
Valorizar as próprias conquistas , sentir-se feliz por ter construído uma boa carreira , uma boa vida social é um direito de cada um de nós. O problema é não conseguir aceitar que as outras pessoas também realizaram coisas importantes , que as outras pessoas também superaram dificuldades, que também se aprimoraram em algum sentido.
Todo aquele que fica jogando purpurina em cima de si o tempo todo como se fosse melhor do que as outras pessoas acaba virando uma companhia chata. Admitir determinadas virtudes em contextos específicos , ok. Às vezes , faz sentido ressaltarmos alguma qualidade positiva. Mas quem tem a mania constante de se auto elogiar e ignorar o que os outros fazem de bom, vai repelindo as pessoas, sem muitas vezes se dar conta.
Cada pessoa valoriza mais algum setor da vida. Algumas pessoas investem mais na carreira. Outras , na vida familiar. Existem ainda aqueles que querem amor acima de tudo. Existem também os que preferem passar por experiências, estudar , viajar , se conhecer melhor , ter tempo livre.
Quando investimos naquilo que valorizamos e obtemos bons resultados , temos a tendência de achar que as conquistas realizadas pelas outras pessoas , em outros setores da vida , são menos importantes do que as nossas. Se alguém luta para ter filhos e consegue, acho que pessoas sem filhos são infelizes. Mas de repente , para estas outras pessoas ter filhos não era o primordial.
Se alguém luta para ter uma vida materialmente boa , não consegue entender que outras pessoas preferem viver com menos dinheiro e mais tempo. O inverso também ocorre. Quem prioriza liberdade e tempo livre tem dificuldade para compreender a dinâmica de vida de alguém que aspira por status material.
Algumas pessoas tem um olhar mais romântico sobre o casamento. Outras , mais racional. Existem aqueles que não acreditam em nenhum tipo de casamento. Enfim, julgar o sucesso e a felicidade do outro por meio dos nossos valores e prioridades pode ser bem limitador.
O brilho das coisas não está realmente nas coisas em si, mas no valor que atribuímos a elas. Somos nós que significamos as pessoas , os objetos , as relações , os lugares , as profissões. O que é liberdade para uns, é solidão para outros. O que para uns é um relacionamento afetuoso, para outros é um relacionamento sufocante. O que pode ser um trabalho instigante para alguns , pode ser muito estressante para outros. O que pode ser considerado tranquilo para algumas pessoas , pode ser visto como tedioso por outros.
Enfim, é a própria pessoa que pode definir se tem uma vida de conquistas , se tem uma vida feliz. E faz parte da dinâmica emocional de qualquer pessoa , independente dos seus valores e prioridades , aceitar o brilho alheio, se comprazer com aquilo que o outro realizou e o faz feliz. Desmerecer uma conquista alheia , diminuindo o mérito do outro , por falta de alteridade ou por inveja mesmo, apequenas todas as outras realizações maravilhosas que a pessoa fez.
Fonte: Obviousmag
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