Imagem de capa: Anatoli Styf/shutterstock
A disposição nos conduz, a vontade mostra o caminho, o objetivo é sempre o êxito.
Nas relações, a troca é aguardada, todo mundo espera ter um relacionamento do tipo: ganha-ganha. Ninguém jamais entrará disposto a doar-se por menos do que investe.
É possível que a generosidade bagunce um pouco essa conta, mas até o altruísmo tem limites. Não há sentido em esvaziar um pote para encher outro, da mesma forma que não há cabimento consumir uma vida para lotar de atenções e cuidados a outra. A troca precisa ser equilibrada.
As relações familiares arrastam muitas balanças pendentes, que, em algum momento, arrebentam e espalham todo o conteúdo pelo chão e pelas afeições, trazendo cobranças inesperadas, mágoas, ressentimentos e rompimentos doloridos.
A balança dos amores é delicada e sensível. O que é de comum acordo repousa no prato do equilíbrio, até que alguém se pergunta, se questiona, se compara, e começa a refazer as contas. Geralmente a gente se doa pelo que ainda não recebeu em troca. Promessas, combinados, futuros desenhados. A gente se oferece ao sonho prometido. E tudo bem se a troca for feita lá na frente. É um investimento.
Mas é preciso saber que os investimentos são apostas de risco. A confiança faz a mediação, mas o dia-a-dia vai mostrando os indicadores do sucesso ou fracasso. Não é preciso ser calculista, mas é essencial não ser indiferente. Se a gente está seguidamente se doando muito em troca de pouco, pode ser que esse cenário nunca se modifique e a dívida fique alta demais para ser cobrada. Ou dolorosa demais para ser perdoada.
Vez por outra é um bom exercício refazer as contas. As amizades, os afetos, as disponibilidades, a tolerância, todas as trocas possíveis entram na avaliação.
Mas, cuidado! Nem sempre palavras de gratidão quitam as expectativas. Em muitos e muitos casos, a troca é muito mais do que reconhecimento. É a doação recíproca, solidária e confiante que faz uma relação equilibrar e manter alinhada a balança.
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