Rejeição e humilhação doem de verdade

Só quem passa por situações de rejeição e humilhação sabe a dimensão do estrago afetivo que elas provocam. Não há como quantificar o sofrimento, pois as pessoas reagem de formas diferentes e são influenciadas por suas histórias e características pessoais.


A matéria abaixo, reproduzida do site Semema*, explica como o sofrimento ativa regiões diferentes do cérebro que são relacionadas, inclusive, com a “dor” física.
Vale conferir.
Josie Conti

Nos anos de 1970, uma pesquisa foi realizada com o intuito de descobrir qual era o pior medo que as pessoas tinham. Segundo os dados obtidos (entrevistaram 2500 pessoas), 41% das pessoas entrevistadas tinham medo de falar em público mais que qualquer outra coisa, contra 19% que temiam a morte em primeiro lugar. A enquete só comprova o que todos nós sabemos por experiência ou observação do óbvio, basta notar a dificuldade de algumas se expressarem na frente do público.

Faça um teste consigo mesmo: pense na pior experiência que você passou até hoje. Aposto que ela está agrupada no que especialistas chamam de “social pain” (traduzindo para o português: dor social) – dor por perder um ente querido, dor por ter sido deixado por alguém que você amava, dor por ter sido humilhado na frente de outras pessoas.

O que há de tão peculiar neste tipo de medo, que o coloca bem à frente mesmo que da tanatofobia (medo da morte), é o fato de a sensação de frustração do fracasso que é experimentada nas circunstâncias em que enfrentamos um público é percebida por nosso cérebro com a mesma intensidade que uma dor física, ou seja, dói ser rejeitado. Assim, enquanto você está apavorado perante uma plateia, pense num lutador de boxe sendo nocauteado: é o que o seu cérebro entende!

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou isso. Pessoas eram convidas a jogar um jogo, Cyberball, dentro de uma máquina de tomografia. Elas eram levadas a acreditar que estavam jogando com outros jogadores pela internet. Depois de um tempo, propositalmente, o jogador passava a ser ignorado, com o intuito de provocar nele (a cobaia) a sensação de rejeição. O computador não jogava mais a bola para o participante, excluindo-o do jogo. Após análises dos dados coletados, eles viram que a região com maior atividade do cérebro era a mesma da dor física, chamada de dACC (sigla inglesa para córtex cingulado anterior dorsal).

Mas calma, assim como há exercícios para aumentarmos a potência de nosso cérebro, há meios de proteção contra essas dores. O estudo também mostrou que os participantes que ativaram o córtex pré-frontal ventrolateral direito durante a rejeição, sentiam menos dor. Assim, quanto mais a região pré-frontal estava ativa, a dACC era menos ativado. A área antídoto é ativada, por exemplo, na contemplação artística, ouvindo música, produzindo arte em geral.

Dessa forma, quando você sofre uma decepção e se sente como se tivessem te apunhalado pelas costas, para o cérebro, foi isso mesmo que aconteceu.


Fonte mais do que indicada: Semema
(conheça mais vídeos, textos e animações deste site. A Revista Semema é uma parceira CONTi outra)

CONTI outra

As publicações do CONTI outra são desenvolvidas e selecionadas tendo em vista o conteúdo, a delicadeza e a simplicidade na transmissão das informações. Objetivamos a promoção de verdadeiras reflexões e o despertar de sentimentos.

Recent Posts

Tire as crianças da sala antes de dar o play nesta série cheia de segundas intenções na Netflix

Uma série perfeita para maratonar em um fim de semana, com uma taça de vinho…

23 horas ago

Você não vai encontrar outro filme mais tenso e envolvente do que este na Netflix

Alerta Lobo ( Le Chant du Loup , 2019) é um thriller tenso e envolvente…

1 dia ago

Trem turístico promete ligar RJ e MG com belas paisagens a partir de 2025

Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…

1 dia ago

Panetone também altera bafômetro e causa polêmica entre motoristas

O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…

1 dia ago

Homem com maior QI do mundo diz ter uma resposta para o que acontece após a morte

Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…

2 dias ago

Novo filme da Netflix retrata uma inspiradora história real que poucos conhecem

O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…

2 dias ago