Imagem: Africa Studio/shutterstock
Analisando friamente, a rejeição parece uma faca que nos corta sem anestesia, enquanto o outro continua sua vida normalmente. Mas, se pararmos para analisá-la na sua essência, a rejeição é muito mais defesa do que agressão e serve para nos proteger de uma porção de erros que cometemos (ou poderíamos ter cometido) em nome do amor.
Em algum momento da vida fomos ou seremos rejeitados. Fato! O que não dá é para cultuar esse sofrimento e achar que somos indignos de sermos amados porque algumas pessoas recusaram a fazer isso.
Tudo tem dois lados. Até a dor. E eu sei que poucos sentimentos são tão dolorosos quanto ser rejeitado por alguém, principalmente quando amamos. Mas é preciso entender que é muito melhor ouvir um “não quero ficar com você”, do que saber que alguém está ao nosso lado por obrigação, por dó ou por qualquer outro motivo que não seja o amor (sinto o coração apertar, ao imaginar que há pessoas que se sujeitam a isso).
Muitas vezes, estamos tão envolvidos emocionalmente com alguém que não conseguimos ver a realidade tal qual ela é. Não vemos que o outro não quer estar ali, não quer continuar a relação e que o amor que sentimos não é recíproco. Mas, estamos tão cegos pelo sentimento que não permitimos que as escolhas sejam democráticas na relação.
Confundimos amor com posse, carência com afeto e atenção com dependência emocional e, quando o outro quer partir, o culpamos por nossos vazios existenciais. Na verdade, o que dói na rejeição não é a falta de amor, é a ferida que fica no ego de quem recebe um “não.”
Nós rejeitamos e somos rejeitados frequentemente. E isso é normal! Ninguém escolhe quem vai amar e não podemos mandar nos sentimentos de ninguém (ainda bem). Todos nós temos nossos critérios conscientes ou inconscientes de escolhas pessoais.
Ninguém aponta para o outro e diz “se apaixone por mim agora!”, porque amor é coisa de alma e não de vontades próprias. Então, relaxe, e veja as coisas com mais simplicidade.
Não encare a rejeição como uma metralhadora de autoestima. Encare como uma defesa da alma e descobrimento do próprio valor. Às vezes, sermos rejeitados por quem julgávamos amar é a forma que a vida encontrou de dizer “o caminho é outro, vem comigo.”
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