O cantor e compositor Roberto de Carvalho, de 70 anos, não conteve a emoção ao falar sobre a despedida de Rita Lee, sua esposa há 47 anos. A cantora faleceu na segunda-feira (8) em sua casa, em São Paulo, aos 75 anos.
Em uma tocante entrevista exibida no Fantástico deste domingo (14), Roberto falou sobre a bem-sucedida parceria musical com a artista e sobre a partida dela.
“Ela queria viver, ela não queria partir. Até o fim, ela nunca quis partir. Eu dizia pra ela: ‘Eu queria trocar de lugar com você, porque você tem muito mais coisa para fazer do que eu”, começou o músico.
“Desde que a gente se encontrou pela primeira vez, 47 anos atrás, eu sou extremamente atento e feliz também por ter estado sempre perto de uma pessoa tão iluminada, tão cheia de vida, de criatividade, de alegria, de luz… Um grande privilégio”.
Roberto ainda fez uma declaração emocionada para Rita. “Nos tornamos cara metade ou em vida ou em morte. Eu continuo sendo ela e ela continua sendo eu”.
“Eu sou um cara que sempre quis casar com uma mulher, ter três filhos homens e cultivar uma família. Para isso, eu precisava encontrar a mulher perfeita, e eu tive a sorte de encontrar”, continuou.
“Ela tinha sonho de ter filhos também, mas não era tão explícito. Quando a gente se encontrou mesmo, a gente não se encontrou com a clareza de que aquilo ia virar o que virou”.
Ele também relembrou o diagnóstico de Rita: “Ela foi fazer os exames e viu que tratava-se de um tumor já avançado, e os médicos previram um tempo de três a quatro meses. Mas ela encarou o negócio com um estoicismo… Ela fez quimioterapia várias vezes”.
“Foram momentos muito sofridos. Medo, ansiedade, pavor. Junto com o João, meu filho, nós dois tomamos conta da situação toda. E a gente procurou se informar o máximo possível”.
O músico, que organizou um cômodo com suporte médico para Rita em seu apartamento, detalhou a partida da companheira: “Ela perdeu o cabelo, perdeu a capacidade de andar, pensar. Entretanto, os momentos finais dela foram de uma leveza, uma calma, uma doçura. Nós estávamos todos juntos com ela. A gente montou um quarto de hospital e, na última fase, na cama, ela parecia uma criancinha, um passarinho. A respiraçãozinha assim [gesticulando em sinal de estar calmo, em paz], e foi parando… Ela foi em paz”.
“Ela era uma pessoa espetacular, única. Ela que falou para eu fazer a entrevista, por isso eu quis insistir. Ela adorava me ver falando. Porque eu sou tímido. A Rita era muito tímida também, mas ela tinha uma personalidade que, quando ela estava exposta, ela não era nada tímida. Muito elegante, falando baixo, ‘por favor’, ‘com licença’… Essa era a Rita”.
Ao fim da entrevista, Roberto olhou para cima e disse: “Meu amor, foi por você. Para você. Como tudo daqui para frente, será sempre por você e para você”.
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Redação Conti Outra, com informações do Splash/UOL.
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