“Ó fantasia da minha vida, meu sonho gostoso, meu gozo / Ó minha estrela, essa saudade me deixa assim tão nervoso”. (Gonzaguinha)
Saudade é ausência que nunca parte. Como um quadro bordado por memórias, que inerente ao tempo e independente dos níveis de exposição, finca-se de formas das quais precisamos conviver com, pois saudade transborda e através dela somos movidos. Entristecidos são os corações sem as lacunas da saudade.
Saudade da chuva no rosto, do céu ensolarado, do beijo no cinema, da música favorita, do abraço apertado, e principalmente, dos sorrisos desmedidos. Saudade também do domingo em alvoroço por uma reunião de qualquer pretexto, das tardes observando paisagens e imaginando “como elas se formaram”?
Saudade não é falta, porque a falta implicaria em jamais ter existido algo ou alguém que despertasse o sentimento do sorrir ao recordar daqueles dias, cenas e sensações extrassensoriais que repaginam até mesmo a mais cinza das imagens.
Saudade que em doses fragmentais, muito parece o saudosismo. O leve bem-estar e a reverência das horas, objetos e pessoas intranquilas, mas que num determinado tempo tranquilo, tiveram muito para ser dito, ouvido e sentido. Então sim, saudosismo é saudade.
Morro ou vivo de saudade? Se morro é por reconhecer que ela me acompanhará adiante e além. Mas se vivo, talvez seja porque de alguma forma, ela instiga o meu ser a não estar numa espécie de adeus.
O caso aconteceu na noite de segunda-feira (27), na BR-116, em Ponte Alta.
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