Imagem de capa: Anastasiya Shylina, Shutterstock
As primeiras impressões são fortes, reveladoras, mas não são nem de longe as que ficam. O convívio muda tudo, rearruma, bagunça, junta ou despedaça.
A imagem de um primeiro encontro é, sem dúvida, lembrança de cor mais nítida, mas cabe aos encontros seguintes alimentar ou deixar morrer a primeira impressão.
E, afinal, a gente vê o que está sentindo na ocasião. A gente acessa o que tem disponível no momento. Não é uma postura ou uma palavra que nos darão o juízo de uma apresentação, e sim como estamos receptivos ou não ao novo que está sendo apresentado.
Se apresentar bem é um excelente começo, mas realmente é só o começo, e o caminho é tão longo quanto profunda pretende ser a relação.
Agora, as despedidas… Quase sempre deixam tanto a desejar, tanto a resolver, tanto a perguntar. E ao contrário de uma chegada, a despedida é intenção de um final, um rompimento.
Poucas são as pessoas que incluem despedidas dignas nas suas vidas. Menos ainda são as que fazem desse ultimo contato, um ato cordial.
Por que as catarses, desabafos, verdades contidas, humilhações e revelações são guardadas para as despedidas?
Por que deixar uma impressão tão desapontadora ao sair de uma vida? E, pior, por que não levar em conta um possível arrependimento? Como engolir tantas palavras e agressões depois de ditas e lançadas?
Se despedir bem não é para qualquer um. Implica em olhar nos olhos e prestar justificativas, ainda que desconfortáveis; obriga a encarar mais uma vez quem não se quer ver nunca mais; ordena que as ofensas sejam caladas e faz com que se deseje um futuro melhor a quem não foi um bom presente.
Mas essa é a boa e a verdadeira despedida. Fora disso, somente tentativas infantis de deixar borrões na vida alheia.
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