Imagem: Pindyurin Vasily/shutterstock
Receber uma ligação, uma mensagem, uma surpresa, de forma inesperada, impensada, inusitada. Alguém se fazendo presente, batendo na porta da nossa vida, trazendo a notícia de uma saudade carinhosa e com pressa de ser resolvida.
Eis aí um enorme presente. Uma lembrança declarada, espontânea, destemida, pronta para ser compartilhada.
A lista de afetos é enorme, o tempo é curto, a vida é louca. Mas a saudade ignora tudo isso e aperta quando já não cabe mais na casinha onde vive. E cada um sabe o quanto expande e encolhe a sua saudade.
Tem saudade diária, que quer só cumprimentar, para se fazer presente. Tem saudade que aguenta um pouco mais, que se esconde por trás da rotina e deixa a semana toda passar, porque não sabe como se infiltrar.
Tem saudade que só desperta de vez em quando, que vive mais adormecida, mas ainda assim é saudade. Tem a saudade de uma vida, que vive escondida, na forma daquele aperto no peito, sem coragem de sair.
E saudade não se resolve com presentes. Saudade só se acalma com presença.
Se fazer presente é demonstração de amor, de amizade, companheirismo, sintonia. O tempo não colabora, mas também não pode ser responsabilizado. Presença se demonstra de muitas maneiras.
Em tempos de tecnologias múltiplas, as ausências ficam cada vez mais notórias. E não há presentes que dispensem ou substituam o que a saudade mais suplica: a simples presença.
Uma palavra, uma mínima lembrança, um rabisco, bilhetinho, até o emotion do diabinho. Tudo vale na tentativa de substituir a saudade pela presença.
Quase sempre, é somente disso que todos nós precisamos em algum momento do dia. E, com toda certeza, o dia será mais feliz!
Se estiver em débito com alguma saudade, não mande presentes, se faça presente!
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