Ao longo do dia, serão inúmeras as vezes em que seremos aconselhados por alguém a respeito de aspectos diversos de nossas vidas. Incrível como existe tanta gente pronta a aconselhar e, muitas vezes, dar palpites em nossas vidas. No entanto, muitas delas mal conhecem alguma coisa sobre nossa história, quase nunca se oferecem para ajudar de fato, tampouco conseguem lidar com as próprias vidas.
Muitas vezes, apenas falamos sobre algo, apenas por comentar mesmo, porém, poucos se contentarão a apenas ouvir o que dissermos, pois a maioria das pessoas começará a conjecturar sobre o que devemos ou não fazer, sobre o que deveríamos ou não ter feito, e por aí vai. Mesmo quando não pedimos conselho algum, eles aparecem aos montes, vindo, inclusive, de quem mal nos cumprimenta no dia-a-dia.
Haverá, obviamente, momentos em que precisaremos do conselho de alguém mais experiente, que já tenha passado pelo que estivermos enfrentando, de um amigo que seja sensato e saiba, sobretudo, escutar-nos com carinho e atenção sincera. Quando estamos dentro do olho do furacão, fica difícil enxergarmos alguma saída, portanto, o olhar de quem estiver de fora nos será de muita ajuda, quando a tempestade estiver se derramando sobre nossas cabeças.
Mesmo quando estivermos cheios de dúvidas a respeito da melhor atitude a ser tomada, não poderemos apenas pautar nossas ações sobre o que os outros nos dizem, afinal, dentro de nós também existem anseios e respostas ao que nos aflige. Muitas vezes, por sinal, já sabemos, sim, o que fazer, mas relutamos e acabamos pedindo conselhos, até ouvir de alguém o que queríamos e não o que nosso coração quer.
Quantas vezes sabemos que é hora de dar um basta no sofrimento de um relacionamento falido, mas não temos coragem? Quantas vezes temos certeza de que é necessário partir dali, daquele ambiente em que não conseguimos respirar, mas relutamos? Quantas vezes nosso íntimo clama por uma mudança de atitude em relação a um amigo que suga, mas nada fazemos? Porque, às vezes, já temos as respostas dentro de nós, mas corremos para ouvir o contrário de alguém de fora.
Obviamente, sempre será válido ouvirmos os conselhos de pessoas mais experientes, de quem já viveu o que estivermos vivendo, de quem seja amigo de fato, próximo e verdadeiro. Da mesma forma, precisamos estar atentos aos sinais que nosso próprio coração nos envia, no sentido de nos protegermos de adentrar por caminhos opressivos e infelizes, por termos ouvido o que queríamos e não o que devíamos. Nunca negligencie a si mesmo. Jamais.
Imagem de capa: wrangler/shutterstock