Na loja a caixa pediu para as pessoas na fila terem paciência. O sistema está lento, ela justificou.
Há um bom tempo o sistema tem sido culpado por quase tudo. O sistema caiu. O sistema travou. Tudo parece operado pelo sistema. O sistema parece ilimitado, mas o sistema não tem uma capacidade que é inerentemente humana, a de sentir a dor do outro. O sistema não é empático.
A empatia nos faz humanos. A capacidade de ouvir o outro e de agir de acordo com a situação é uma capacidade que algoritmo algum consegue alcançar.
Eu entendo que muitos estão subjugados por sistemas operacionais que parecem onipresentes, mas é preciso estender a mão para o outro, mesmo que seja mais fácil deixar para lá.
Precisamos nos importar para não terminarmos como naquela história de Bertolt Brecht em que um homem é levado e, por não ter se importado com ninguém, ninguém se importa com ele.
Uma escritora amiga, a Lucy Rocha, fala em um dos seus textos que a falta de empatia é o mal do mundo. Sim, é verdade. Por trás de todas as atrocidades está a completa falta de empatia.
Ensine seus filhos a serem empáticos, ensine-se a sair das garras do sistema e contribuir para as boas resoluções, para a melhoria do mundo, para facilitar a vida de alguém. Ouça o que o outro tem a dizer. Olhe nos olhos. Esteja presente.
Já tem muita pedra no sapato. Já tem muita pedra no caminho. Seja o caminho. Pense numa forma de ajudar. Seja mais humano. O seu coração é feito de sangue e de amor, nunca se esqueça disso. Deixe o melhor passar por você.
Acompanhe a autora Vanelli Doratioto em Alcova Moderna