Imagem de capa: Eugenio Marongiu, Shutterstock
Minha mais nova mania agora é costurar. Dei para costurar coisinhas para as pessoas que me são caras. Coisinhas à toa mesmo, nada demais; estojinhos, tapetinhos de caneca, relicários, marcadores de livro…
Trabalhar com as mãos sempre foi um prazer querido para mim. As horas voam enquanto eu trabalho, e eu gosto de pensar que cada coisinha feita com as minhas mãos vai morar pertinho daqueles que recebem esses singelos presentes.
Amo cozinhar! Vira e mexe faço um bolo para dar a alguém. Outras tantas vezes junto gente querida em minha casa e lá vou eu para a cozinha inventar alguma novidade. Ou fazer comidinhas simples mesmo; modéstia à parte, faço um arroz com feijão que é de comer rezando.
Muitos dos meus amigos e familiares dormem quentinhos sob cobertores de tricô e crochê que eu me aventurei a fazer. E não, os pontos não saem perfeitos, às vezes fica meio tortinho, até. Mas em cada pontinho vai um carinho meu.
Neste final de ano foi assim, fiz todos os presentes. A casa está perfumada com aroma de canela dos deliciosos bolos de maçã com nozes. Meu quarto de trabalho está repleto de retalhos, fitinhas, florzinhas e linhas de todas as cores.
Esse ano, cada uma das pessoas que ganhar um presentinho meu, ganha junto a minha energia amorosa, o meu tempo e a minha verdadeira disposição em ver no rosto das pessoas queridas um sorriso de afeto, ao desembrulhar o presente.
A vida pode ser bem menos complicada quando a gente descobre que não é preciso ter nenhum talento excepcional para fazer algo bonito. Todo mundo é capaz de produzir algo com suas próprias, seja um pão, uma geleia, uma dobradura, um arranjo de flores… qualquer coisa.
Ahhh… mas digamos que você tenha realmente “duas mãos esquerdas” como dizem por aí. Nenhuma habilidade manual. Nesse caso, não se acanhe, compre o presente pronto mesmo, tudo bem. Mas não se esqueça de escrever um cartão. Escolha um trecho bonito de algum livro, um poema, uma letra de música… desde que seja algo que tenha significado para você e quem vai receber o presente. Escreva de próprio punho. E não tem nenhuma importância se a sua letra não for lá essas coisas.
O que na verdade, eu estou tentando dizer desde a primeira letra deste texto é que a gente precisa lembrar de uma coisa: o melhor presente que a gente pode dar é a nossa presença. Abrace sem pressa. Olhe nos olhos quando for conversar. Ofereça seu colo, seu ombro, sua atenção.
O que vale nessa vida é a doçura de uma amizade que não precisa de grandes eventos ou de datas importantes para se manifestar. Amor não custa dinheiro. E não há nesse mundo nenhum presente, por mais caro que seja, que possa substituir o contato amoroso entre as pessoas.
Que nossas casas e nossos corações estejam sempre abertos para receber aqueles que se dispuserem a estar ou ficar conosco, seja pelo tempo que for. Sejamos nós o presente mais valioso!