Minha mãe costumava dizer que me amava me dando comida. Quanto mais comida, mais amor. Engordei, fiquei com raiva dela e comi mais para compensar essa raiva toda. Por anos vivemos um ciclo de sentimentos implícitos, onde não ousamos trocar a comida por palavras de afeto e preocupação com a saúde.
Por fim, o socorro de uma terapia clareou todo o cenário e pode-se ver então os pobres e subnutridos sentimentos que já não sabiam mais outras formas de expressão.
Essa é uma passagem comum na vida de muitas pessoas e, como cultura que passa de um para outro, absorvemos rapidamente. Sentimentos implícitos. Eu amo você, mas demonstro de uma forma obtusa, não digo isso a você porque me custa um esforço enorme, me deixa em suas mãos, me aterroriza a ideia de não ouvir que o sentimento é recíproco. Então agrado, surpreendo, exagero, adivinho seus desejos, mas tudo muito despretensiosamente, rotineiramente, naturalmente.
E você recebe, mas como não houve nenhum sinal, nenhum código para a resposta, não consegue perceber o anseio da demonstração que eu esperava ter como retorno. Eu não expressei, mas esperei sua expressão de sentimentos. E então veio a frustração, a raiva, a chateação pela não gratidão de tudo o que fiz por amor. Mas o amor não foi dito, não foi saboreado, compartilhado. Tudo o que veio foi um pacote de vantagens e serviços assinado pelo amor. Ele em si, não estava presente.
Sentimentos implícitos são maus companheiros. Eles são vorazes, querem gratidão imediata, exigem correspondência no ato. Sentimentos implícitos geram respostas implícitas, alimentam o silêncio que anula a melhor das comunicações.
– Eu pensei que você ficaria bem; fiz isso para te proteger; Desisti porque você não gosta…
Sentimentos implícitos emudecem e oprimem o que deve ser dito, matam e morrem aos poucos, enfraquecem a coragem que todos devem ter ao dizer o que sentem e como se sentem. São sentimentos covardes que agem sem responsabilidade, disfarçados de bondade, de dedicação, mas que viram do avesso se não forem percebidos e correspondidos.
Pelo sim, pelo não: – Eu te amo, mas não vou cozinhar para você.
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