Ser da família não é um passe livre para a pessoa ferrar com o emocional da gente

A família é nosso porto seguro, são pessoas com quem convivemos grande parte de nossas vidas e é onde fica mais fácil encontrar amor verdadeiro. Na maioria das vezes, os laços de sangue nos tornam ligados às pessoas por toda uma vida. No entanto, como em tudo, há exceções, há casos e casos, uma vez que nem todo mundo sabe amar e/ou ser amado.

Há inúmeros relatos de familiares que se tornam praticamente inimigos, de pais e de mães que negligenciam quaisquer cuidados com seus filhos, de filhos que maltratam os progenitores, até mesmo envolvendo assassinatos, entre outros crimes, nessas relações. Ou seja, às vezes, laços sanguíneos não significam nada para algumas pessoas, que não são capazes de se responsabilizar por ninguém, tanto materialmente, quanto emocionalmente.

Não se pode negar que a culpa parece ser ainda maior, dentro da gente e aos olhos dos outros, quando envolve atitudes tomadas para com alguém da família. É como se a dimensão do que se faz com um parente se alargasse, porque, via de regra, é natural o amor entre pessoas que fazem parte de uma mesma família. É como se fosse obrigatório amar quem tem o mesmo sangue, incondicionalmente, haja o que houver.

Embora quando brigamos com irmãos ou parentes bem próximos, por exemplo, o perdão pareça ser mais fácil, isso não significa que a pessoa possua um passe livre para agir como quiser, apenas por ser da nossa família. Isso não significa que nossos olhares devem ser condescendentes e pacientes, toda vez que um familiar erra, mesmo que erre sempre, deliberadamente, ferindo a gente.

Às vezes, será preciso que nos distanciemos de um familiar, para colocar os sentimentos em ordem e ponderar sobre a real importância ou não daquela pessoa em nossa vida. A gente tem que se libertar de tudo e de todos que nos fazem mal, seja essa pessoa quem for. Sem culpa, inclusive, porque ninguém merece uma pessoa que ferra com o emocional e com a vida da gente, seja ela de casa, seja ela da vida. Sigamos.

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Imagem de capa meramente ilustrativa







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.